E ainda bem que guardei esta leitura para o início do ano, pois o livro termina mais ou menos por estes dias. A Festa de Família diz respeito ao Natal, e à família, como muitos de nós já sabemos, nem sempre é a família de sangue. Há amigos que são mais família do que a própria família. E é realmente o que aquelas quatro amigas são umas para as outras - família.
Acompanhamos a história de cada uma delas, que se encontram em diferentes etapas das suas vida, ficamos a saber como se conheceram e que problemas enfrentam. Juntam-se todas as quintas feiras para jantar, ritual que mantêm há anos - obviamente não passaram por nenhum confinamento como o que nós agora, e novamente, enfrentamos - partilhando os seus problemas, dúvidas, alegrias, acontecimentos. Estão presentes nas vidas umas das outras e ajudam-se mutuamente. Fez-me lembrar um pouco da série O Sexo e a Cidade, embora mais interessante e com um pouco de mais classe, ou não fosse a autora uma Senhora.
O livro está bem escrito, como sempre, e bem organizado, o que numa história com tantas personagens por vezes é complicado. Chegando ao último capítulo apetece-nos mais. Alias, até parece que está a faltar qualquer coisa. E ficamos a pensar que a história de cada uma daquelas amigas, daria um excelente livro. E não é que é isso que Sveva poderá estar a fazer? Pelo que percebi em Itália já foi publicada um livro dedicado a uma destas personagens, a Maria Sole, uma mulher que descobriu que o seu marido, pai do seu filho e seu melhor amigo desde pequenos, é afinal homossexual.
Então, encaro este livro quase como uma introdução à vida destas quatro amigas. O que é uma ideia muito interessante! Pois cada uma delas tem o seu temperamento, as suas características, e os seus problemas. Eu ia gostar de ler. E vocês? A ver o que nos reserva o futuro.
Entretanto, recomendo esta leitura. No mínimo, uma reflexão sobre a vida, a família, os amores, as oportunidades perdidas e, acima de tudo, a amizade.
