Opinião: "O Tango da Velha Guarda" de Artur Pérez-Reverte

Sou um verdadeiro “pé de chumbo” no que diz respeito à dança, mas adoro ver dançar. E o tango é daquelas danças em que é impossível ficar incólume, já que quem dança derrama no palco toda a sua essência enquanto ser que vive, respira e sente.


O tango mistura a paixão e a sensualidade, com a agressividade e a tristeza. É uma dança crua, onde o homem domina e a mulher seduz e se torna submissa. É uma das danças de salão que mais me encanta, embora acredite que o género esteja bem distante do que o autor apelida de tango da velha guarda, o tango que ainda se dança em alguns locais na Argentina.

Relativamente ao livro, é maravilhosa a simbiose entre a dança e a história. É quase como se o que acabei de escrever acima sobre o tango, se aplicasse na perfeição à história.
É um romance extraordinário que se desenrola ao longo de quatro décadas no século XX. Inicia-se lenta e lascivamente em 1928 em Buenos Aires, transformando-se e assumindo uma posição mais audaz e arriscada 10 anos depois na Riviera Francesa, durante a Guerra Civil Espanhola, para nos anos 60 chegar a uma conclusão tão inquietante quanto brilhante, em Sorrento, Itália.
Uma paixão em três atos, uma história de espionagem, traições e desenganos. De tirar o fôlego a qualquer um. Fabuloso!

Foi o meu primeiro contacto com Artur Pérez-Reverte e devo dizê-lo que me agradou imenso a elegante escrita desde autor.
É sem dúvida uma leitura que espero revisitar. Gostei imenso!
Em www.bertrand.pt

O clube de leitura do meu coração.

 
Copyright 2005-2024 Blogger Template Ipietoon (Adaptado por Fernanda Carvalho - a escrever sobre livros desde 2005)