Em destaque: " Pança de Burro" de Andrea Abreu

«Tê-la-ia seguido até à boca do vulcão, ter-me-ia assomado com ela até ver o fogo adormecido, até sentir o fogo adormecido do vulcão dentro do corpo.»

Sinopse:
Esta é uma história sobre duas raparigas que foram «feitas como as coisas que nascem para viver e morrer juntas», duas raparigas prestes a deixar a infância para trás e cuja amizade se transforma com o despertar da sexualidade. Tudo acontece no verão de 2005, num bairro popular no Norte de Tenerife, onde um manto de nuvens paira perpétuo sobre as casas e os habitantes. Como a pança de um burro no céu. Longe da praia e do estereótipo turístico, aqui as avós guiam a vida das crianças enquanto os pais trabalham «no Sul», elas nas limpezas, eles na construção.

A melhor amiga da narradora é Isora, que cresce antes do tempo e com uma ousadia tirânica que a fascina. Contudo, à medida que junho se transforma em julho, e julho em agosto, também o amor da narradora toma nova forma através de sentimentos e sensações até então desconhecidos, que ocupam o lugar da idolatria e surpreendem a inocência. O que fazer do desejo?

Dando voz à comunidade que se propõe retratar, Pança de Burro revela acima de tudo um vigor, arrojo e originalidade inusitados na ficção literária contemporânea, com o poder invulgar de nos levar ao momento fundamental da vida em que tudo acontece pela primeira vez - como um dia aconteceu a todos nós.

Críticas de Imprensa:
«Uma narrativa poderosa, onde os corpos e a fome tomam conta da história. Transporta-nos até ao limiar da porta da puberdade e confronta-nos com uma procissão de euforia. É pura vida.»
Irene Vallejo

«Pança de Burro é como a maré. Uma força da natureza. Arrasta-nos consigo. Submerge-nos. E, de repente, deixa-nos desamparados numa ilha, um mundo rico e profético, de mulheres e nuvens baixas que se fundem com o mar. É pura poesia.»
Pilar Quintana

«Arrojada, brilhante, divertida. Andrea Abreu é um meteorito vivo na paisagem da literatura hispânica.»
Fernanda Melchor

Sobre a autora:
Andrea Abreu nasceu em Icod de los Vinos, nas Ilhas Canárias, em 1995. Cursou Jornalismo na Universidade de La Laguna e concluiu depois um mestrado em Jornalismo Cultural e Novas Tendências na Universidade Rey Juan Carlos de Madrid. Numa lista que se organiza a cada dez anos, foi selecionada aos vinte e seis anos pela revista Granta como uma das melhores escritoras com menos de trinta e cinco anos da literatura espanhola e hispano-americana contemporânea. Pança de Burro é o seu primeiro romance e irrompeu na cena literária com um êxito junto dos leitores e um reconhecimento crítico invulgares. Com publicação em trinta países, será também adaptado ao cinema.

Opinião: "A Hóspede Silenciosa" de Clémence Michallon

Bem, que surpresa de livro!! 

Começo por uma curiosidade: a autora diz que a ideia para este livro surgiu quando, em Abril de 2020 (ano da Pandemia, por altura do isolamento) teve de viver com uns familiares do marido. Nessa altura começou a pensar que, apesar de podermos conhecer bem os nossos familiares e amigos, não os ficamos a conhecer intimamente até que tenhamos de partilhar uma habitação. E se algum deles tiver um segredo, um hábito terrível que não queira que se saiba?

Assim surgiu a ideia para A Hóspede Silenciosa.

Confesso que fui surpreendida com a escrita desta autora. Sei que ela é francesa, e acho que notei isso através do modo de expor os factos, não sei, não consigo especificar o quê de "senti-la" francesa. Mas depois, o tom em está escrito, meus amigos, acaba por destoar. Já não é tão "francês", o que me fez confusão. A razão, descobri mais tarde, tem a ver com o facto dela ter estudado em Londres, em Nova Iorque, mudando-se definitivamente para os EUA em 2014, casando com um americano, e exercendo a profissão de jornalista no The Independent. Sinceramente não vos sei dizer como funciona, mas o país onde vivem ou escolhem viver, assim como a profissão que exercem, influencia o tipo de escrita que os autores produzem. Conseguem imaginar Stephen King francês? Por isso é que este livro foi tão interessante a nível literário.

De resto, adorei a história e a forma como está organizada. A personagem principal, extremamente bem desenvolvida, conquistou-me, com todas as suas fragilidades e inseguranças. Mas também porque não faz exatamente o que se espera dela. A resiliência é sem dúvida uma grande arma. O vilão também foi bem explorado, se bem que a autora podia ter desenvolvido um pouco mais o seu passado.

Foi uma leitura que me agradou de sobremaneira, e me fez querer ler mais livros desta autora. Foi o primeiro dela. Será que irá escrever mais? Recomendo!

Uma grande estreia para esta nova chancela da Porto Editora - Singular!!

Opinião: "Jogo Mortal" de Bruno M. Franco

Mais uma vez estou deliciada com a leitura dos livros de Bruno M. Franco. Neste caso, trata-se do segundo livro da saga, mais um que poderia perfeitamente ser adaptado ao pequeno écran e forma de segunda temporada da série "Saga Mortal".

Tal como no primeiro livro, a leitura foi compulsiva, e tive de me disciplinar um pouco para não virar zombie de manhã. Livro fechado às 0.00 hrs. e toca a dormir. O problema, lá está, é que a história, por ser tão cativante mantinha-me inebriada durante mais algum tempo sem me deixar dormir. 

Reencontramos os inspetores da judiciária Leonardo Rosa e Marta Mateus, cuja relação não se encontra nas melhores condições, devido a um acontecimento que teve lugar no livro anterior e que não vou revelar. O caso que lhes é inicialmente atribuído revela-se confuso e difícil de solucionar, mas quando um segundo caso surge e aparenta ter os mesmos estranhos contornos, os inspetores começam a perceber que algo mais está em jogo.

Com um ritmo quase alucinante, vamos acompanhando a investigação, quase que só respirando entre capítulos. Esta história, apesar de não tão original como a do primeiro livro, foi muito interessante de descobrir. 

Novamente um livro que não posso deixar de recomendar. Para os amantes do género e para todos os outros que simplesmente gostam de ler e de se sentir cativados por uma leitura.

Entretanto, por sugestão do autor, já li o conto Natal Mortal, parte do livro "Nove Contos Não) Tradicionais de Natal" - um livro solidário, escrito por diversos autores portugueses, só disponível em ebook e cujas vendas revertem para a Comunidade Vida e Paz. 

Ao que parece este conto fará a ponte para o próximo livro, Fúria Mortal, o qual já podem encontrar nas livrarias! Eu não o vou perder, de certeza!!

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Podem ler a sinopse e até comprar o livro aqui.

Lançamento do livro "História de Portugal de Cor e Salteada" de Maria João Lopo de Carvalho


Foi ontem, na Sala do Âmbito Cultural no El Corte Inglês em Lisboa.

A sala, cheia de fãs e amigos, mal deu para todos. A apresentação ficou a cargo de Miguel Guilherme, que emprestou a sua voz à leitura de um ou outro capítulo, arrancando gargalhadas à plateia.

Maria João Lopo de Carvalho, simpática como sempre, diz que este é um livro um pouco fora do seu género, e que não sabe bem para quem se destina. 

Eu diria que se destina a todos os que querem aprender um pouco, divertindo-se um pouco também. 

Com um humor típico de uma era pré millennials, e com o rigor histórico a que a autora já nos habituou, acredito que este livro irá constar de muitas das meias penduradas nas chaminés este Natal.

Opinião: "Silêncio Mortal" de Bruno M. Franco

Ora bem, e eis que leio finalmente este autor que tanto tem andado a dar que falar pelos grupos literários. Este livro, oferecido por uma amiga, veio bem recomendado. "Tens de o ler. Vais adorar." E não é que adorei mesmo? Foi uma leitura compulsiva, que me fez desligar a luz às tantas da noite por duas vezes. Li o livro em dois dias. E entretanto já vou a meio do segundo da saga.

Mas o que faz este livro ser uma pedra no charco da literatura policial portuguesa? A meu ver é simples. A escrita do autor é despreconceituosa, direta. Não tem grandes floreados, nem se dá a grandes introspeções. O autor limita-se a escrever sobre a ação, nem descurando porém a construção das personagens. Adorei as personagens principais, Leonardo Rosa e Marta Mateus (m&m). Estão muito bem construídas, de forma equilibrada e fidedigna, sendo que fazem uma dupla implacável. 

Sobre o enredo, confesso, tive de me deixar ir um pouco, já que a imaginação do autor nos leva a patamares quase irrealista, só que não. 

Foi uma leitura fenomenal! Um thriller que nos agarra da primeira à última página, temperado com os condimentos necessários para uma boa história que, não só sendo atual, mexe também com os nossos sentimentos. Isto para além de que adorei viajar por Lisboa, com os nomes de ruas e lugares que tão bem conheço.

Fiquei fã de Bruno M. Franco e desta Saga Mortal. Confesso que gostava de a ver adaptada numa série, que pelos vistos até já teria três temporadas garantidas! Ó senhores da Netflix! Ponham os olhos aqui!

Adorei. Recomendo. E em breve volto com a opinião do segundo livro - Jogo Mortal.

Podem espreitar a sinopse e até comprar o livro aqui.

Em destaque: "Olho de Gato" de Margaret Atwood

«O tempo não é uma linha, e sim uma dimensão. Não se olha para trás ao longo do tempo, olha-se para baixo, através dele, como quem olha através da água. Às vezes, vem isto à superfície, de outras vezes, aquilo, por vezes, nada. Nada se vai embora.» 

Sinopse:
A primeira retrospetiva da sua obra proporciona a Elaine Risley, uma artista envolta numa aura de polémica, um reencontro com a geografia física e humana da sua infância e juventude, numa Toronto que não reconhece, e insta-a a explorar os caminhos delicados da memória e da forja da sua personalidade. Através de descrições vívidas de obras de arte, do poder da evocação dos episódios retrospetivos e da presença do toque de um pincel autobiográfico, Margaret Atwood oferece-nos um romance de formação magnífico, no qual um berlinde olho de gato gira e volta a girar num equilíbrio tão precário como a vida de uma mulher — que um dia foi criança. Perturbador, se bem que não isento de humor, íntimo e mordaz, Olho de Gato revela uma escritora em permanente estado de graça.

Críticas de imprensa:
«Olho de Gato não é, enfim, apenas sobre a memória, nem é o relato de uma vida particular. É um romance de imagens, recortes de pesadelo, evocativos, duros e mundanos, que, no seu conjunto, nos oferecem não uma retrospetiva, mas um acrescento: uma obra inteiramente nova e a ficção mais emocionalmente envolvente de Margaret Atwood.» The New York Times

«Olho de Gato é, em grande medida, uma meditação sobre o envelhecimento e a forma como altera a nossa relação com as pessoas, os lugares e o passado. Atwood, como sempre, revela-se uma observadora perspicaz e estimulante.» The Guardian

Sobre a autora:
Margaret Atwood nasceu em Otava, em 1939. É uma das mais celebradas autoras canadianas, senão a melhor, e, além de A História de Uma Serva – agora uma série de televisão multipremiada –, publicou mais de quarenta livros de ficção, poesia e ensaio. Recebeu diversos prémios literários ao longo da sua carreira, incluindo o Arthur C. Clarke, o Booker Prize (em duas ocasiões, por O Assassino Cego, em 2000, e por Os Testamentos, em 2019), o Prémio Príncipe das Astúrias para a Literatura, o Pen Center USA Lifetime Achievement Award e o Prémio da Paz dos Editores e Livreiros Alemães. Foi ainda agraciada com o título de Chevalier da Ordem das Artes e das Letras de França e com a Cruz de Oficial da Ordem de Mérito da República Federal da Alemanha. Uma das mais ativas vozes do feminismo moderno, na ficção e na não ficção, está traduzida para trinta e cinco línguas. Vive em Toronto.
Margaret Atwood recebeu, em 2022, o título de Doutora Honoris Causa, atribuído pela Universidade do Porto pela «extraordinária qualidade da sua obra literária, a importância da sua reflexão intelectual e a pertinência do seu combate público por uma sociedade mais justa, digna e sustentável.»

Em destaque: "Uma História Partilhada" de Julia Navarro

Com eles, sem eles, por eles, contra eles

Sinopse:

Uma homenagem à leitura e um olhar pessoal sobre o papel da mulher ao longo da história. Com o encanto habitual, a voz de Julia Navarro consegue surpreender-nos uma vez mais.

Até ao século XX, a História foi escrita por homens. Isso explica porque é que as mulheres mal aparecem como sujeitos nas histórias da História. No entanto, a lista daquelas que a protagonizaram é extensa: desde deusas a rainhas, desde cortesãs a cientistas, desde atrizes a santas, desde escritoras a políticas… Estiveram em toda a parte, mesmo que um manto de silêncio se esforçasse por as cobrir e ignorar.

Mas não se pode contar as histórias destas mulheres sem levar também em conta as histórias dos homens, pois, desde o princípio dos tempos, as vidas de ambos se têm feito entrelaçadas. Não se explicam umas sem os outros, ou seja: com eles, sem eles, por eles, contra eles ou com a ignorância deles. Por isso este livro é não só a história delas, como a de todos, mas contada não através da supremacia patriarcal e antes partindo de um terreno comum.

Não podemos compreender Cleópatra sem César ou Marco António, nem Helena de Troia sem Páris, nem Frida Kahlo sem Diego Rivera, nem Simone de Beauvoir sem Jean-Paul Sartre ou Virginia Woolf sem Leonard Woolf…

Este livro é um relato pessoal, uma viagem através das inquietações e leituras da autora, o seu encontro com histórias protagonizadas por mulheres, sejam elas reais ou criaturas literárias, sem esquecer o papel dos homens que lhes eram mais próximos, para o bem e para o mal. E aqui tem início esta história. Uma história partilhada.

Sobre a autora:
Julia Navarro nasceu em Madrid, em 1953. Cativou milhões de leitores com os oito romances que publicou até hoje: A Irmandade do Santo SudárioA Bíblia de BarroO Sangue dos InocentesDiz-me Quem SouDispara, Eu já Estou MortoHistória de um CanalhaNão Matarás e De Lado Nenhum. Os seus livros são publicados em mais de trinta países e todos eles fazem parte do catálogo da Bertrand Editora, no qual se inscreve agora Uma História Partilhada, o livro mais pessoal de Julia Navarro. Site oficial: www.julianavarro.es

Opinião: "Uma Rapariga Judia em Paris" de Melanie Levensohn

Por vezes há livros que nos surpreendem. Este foi um deles! 
Não peguei nele mais cedo por sinceramente não me apetecia ler mais um livro sobre a Segunda Guerra Mundial, apesar do tema me agradar bastante. Mas estava numa fase pós-férias, cheia de trabalho, em que não me apetecia sequer ler. Ao vê-lo na estante, decidi pegar-lhe, apesar de como disse anteriormente, não me apetecer ler sobre este tema. Ainda bem que o fiz, pois de imediato me senti cativada e saltei fora do marasmo literário em que me encontrava.

Dei uma espreitadela à sinopse e gostei logo da premissa: uma mulher canadiana, que vive em Washington, EUA, deseja descobrir alguma  informação sobre uma meia-irmã que vivia em Paris por altura da invasão dos alemães. Quem lhe vai valer é uma mulher mais jovem que se encontra a braços com uma crise romântica e laboral. E parti à aventura!

Gostei muito da forma como a história está disposta. A escrita da autora é clara e cativante, mesmo convidativa a continuar a ler. E o facto da narrativa saltitar entre duas épocas, ajuda a aliviar o peso de cada uma das partes. Parecem dois livros num só! Mas tudo acaba por se entrelaçar, e apesar de o final ser pura ficção, gostei de saber que parte da história era verdadeira.

É um livro bem pensado, e perfeito para gosta de um pouquinho de romance, misturado com História. Recomendo!
Em www.bertrand.pt

O clube de leitura do meu coração.

 

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