Sou fã de Daphe Du Maurier desde que descobri que era ela a autora de "Os Pássaros" e de outro filmes do género. Ainda não li "Os Pássaros" (está na lista!), mas li "A Minha Prima Rachel", "A Pousada da Jamaica", "Rebecca", "A Casa na Praia" e agora este.
De todos julgo que talvez seja este o mais contemporâneo. Foi um livro quase sem época. A meu ver podia passar-se nos dias de hoje como em 1957, ano da sua publicação.
O mote é simples: um francês e um inglês encontram-se por acaso no bar de uma estação de comboios. A semelhança entre os dois é inacreditável. Dir-se-iam irmãos, no mínimo, senão mesmo gémeos. Passam as horas seguintes à conversa, até que John, o inglês, fica num torpor alcoólico que o remete para o esquecimento. Quando acorda, Jean-O, o francês roubou-lhe a identidade e John vê-se perante a inevitabilidade de ter de assumir o seu papel como patriarca aristocrático de uma família conturbada.
É uma história mirabolante, extremamente bem conseguida, não fora a autora uma das favoritas de Hitchcock. 384 páginas que se lêem num ápice. Não é impressionante a capacidade de determinados autores escreverem histórias intemporais?
Gostei imenso, e recomendo sem hesitações.