Entrevista com Michael Baron

O blog As Leituras da Fernanda teve recentemente a oportunidade de entrevistar um dos autores que andam na boca do mundo: Michael Baron. :)
Vindo do mundo da não-ficção enveredou há relativamente pouco tempo pela ficção romântica onde rapidamente tomou lugar junto a outros nomes como Nicholas Sparks. "Ficarei à Tua Espera" foi o seu primeiro romance, e o seu "Nunca Te Esqueci" (que li recentemente) acabou de sair para o mercado português, também publicado pela Quinta Essência.
Deixo-vos a entrevista em inglês e mais abaixo a tradução para português. Espero que gostem de ficar a conhecer um pouco melhor este escritor.

First of all I would like to thank you for this short interview. It's a great pleasure for me to get a little closer to such an amazing writer like you. I've just finished your book Crossing the Bridge and I'm absolutely overwhelmed with your writing. 
When I read the details about this book, Crossing the Bridge, I also read a few words about its author. I was surprised to know that you already had a writing career in nonfiction when you decided to write fiction, more specifically romantic fiction.
How did this happen? You always had the will to write romantic stories or you just stumbled on a story and lift off from there?

Actually, the very first thing I ever wrote was a love story. I was thirteen at the time and it came out the way you might expect a love story from a thirteen-year-old boy to come out. I’ve always been fascinated with love stories and with love in general, but I wasn’t sure I had the skills to write a good one. When I was finally convinced to try my hand at fiction, I felt compelled to write a romantic novel. Once I wrote one, I found I was very much in my comfort zone.

Some consider you to be one of the best male women's fiction writers. How did you learn to touch a woman’s heart so well? Are you a romantic person?

You’d have to ask my wife. My guess is that the answer would change depending on the day. Interestingly, most of my closest friends over the years have been women, so that might have given me more insight. I definitely consider myself a romantic and a very sentimental person, but what fascinates me most are relationships of all types. If the romantic relationships are effective in my novels, it’s because I just find it incredibly interesting to observe how people relate to each other.

I know that all writers, in spite of the research, always add a little bit of themselves in their books. Could you please tell us about the first character or fact that comes to your mind that has been "adapted" from your real life?

Gerry in When You Went Away has a fair amount of me in him. This is especially true when it comes to parenting. We have very similar perspectives on fatherhood. We’re also very big fans of the New York Yankees. Some readers found that I spent too much time talking about the Yankees in that novel, and they might be right. I’ve avoided writing about baseball in any novel after that.

I just love the way you describe the struggling of a certain character, like Hugh in this book Crossing the Bridge. I'm sure you may be capturing some of your readers realities and that your book might help someone the clear its view of life.
Do you ever receive feedback from your readers? Is there a special story you would like to share?

Because my novels are so emotional, I do tend to get some emotional responses from readers. I think my favorite ever was from a reader who told me that reading my work saved her marriage. It appears that the novel made her look at her husband differently. I sure hope it was a marriage worth saving.

Could you please tell us a little about your average day? Do you have a writing routine?

Years ago, I spoke with a hugely successful American writer who told me that she felt it was important to approach her writing day as she would any business. Many writers wait for inspiration to strike and they tend to get very little done. I’ve adopted this writer’s approach. I go into my home office at the same time every day and I work relatively the same number of hours every day, splitting my time between fiction and nonfiction. I write even if what I’m writing doesn’t seem very good that day. I can usually get something worthwhile out of every day, and it keeps me focused.

What kind of books do you like to read? What's your favorite book of all times? I know this is a tricky question, so you may mention three... ;)

My reading tastes are very broad. I love beautifully written, character-driven fiction most, so writers like Pat Conroy and Barbara Kingsolver appeal to me greatly. My favorite novel ever is The Catcher in the Rye. The greatest American novel, in my opinion.

It was a real pleasure to read your book, Crossing the Bridge. Thank you so much for writing it, Michael. I can't wait to get my hands on the next one.
Also, I would like to thank you for taking the time to answer my questions, and I hope to see you in Portugal soon. 

Antes de mais, gostaria de lhe agradecer por esta pequena entrevista. É para mim um grande prazer poder chegar um pouco mais perto de um escritor tão fabuloso como o Michael. Terminei há pouco tempo o seu livro “Nunca Te Esqueci” e fiquei fascinada com a sua escrita.
Quando li os detalhes sobre o livro, li também algumas palavras sobre o seu autor. Fiquei surpreendida ao sabê-lo já com uma carreira de autor de não-ficção, quando finalmente decidiu experimentar a ficção, mais especificamente a ficção romântica.
Como é que se desenrolou esse processo? Teve sempre vontade de escrever romances ou um dia tropeçou numa história e surgiu-lhe a ideia?

Na realidade, a primeira coisa que escrevi foi uma história de amor. Eu tinha 13 anos e o que saiu foi exactamente o que se esperava: uma história de amor escrita por um rapaz de 13 anos. Sempre fui fascinado por histórias de amor e pelo amor em si, mas nunca me senti capaz de escrever uma boa história de amor. Quando finalmente fui convencido a experimentar escrever ficção, senti-me inclinado a escrever um romance. Assim que o escrevi senti que tinha encontrado a minha zona de conforto.

Alguns consideram-no um dos melhores autores masculinos de ficção feminina. Como aprendeu a tocar tão bem no coração feminino? Considera-se uma pessoa romântica?

Essa é uma pergunta que terá de fazer à minha mulher. Desconfio no entanto que a resposta iria variar consoante o dia. O mais interessante é que a grande maioria dos meus melhores amigos ao longo dos anos eram mulheres, o que talvez me tenha dado um maior discernimento. Na verdade considero-me uma pessoa romântica e muito sentimental, mas são os vários tipos de relacionamentos que mais me fascinam. Se as relações amorosas são uma realidade nos meus livros é porque considero absolutamente fascinante observar a forma como as pessoas se relacionam.

Sei que os escritores, apesar de toda a pesquisa que fazem, acabam por incluir um pouco de si em cada livro que escrevem. Pode falar-nos um pouco sobre uma personagem ou facto que tenham sido adaptados da vida real para um dos seus livros?

O Gerry do livro “Ficarei à Tua Espera” tem bastante de mim. E isto revela-se especialmente no que diz respeito à paternidade. Partilhamos das mesmas perspectivas nesse tópico. Somos igualmente grandes fãs dos New York Yankees. Alguns leitores acharam que eu falei demasiado sobre os Yankees nesse livro. E talvez tenham razão. A partir de então evito falar sobre baseball nos meus livros.

Adoro a forma como nos consegue transmitir a luta de uma determinada personagem, como o Hugh neste seu “Nunca Te Esqueci”. Estou certa de que estará a retratar a realidade de alguns dos seus leitores e que o livro de algum modo irá ajudá-los a clarificar algumas questões sobre a sua vida.
Costuma a receber feedback dos seus leitores? Há alguma história especial que queira partilhar?

Uma vez que os meus romances são tão emocionais é frequente receber reacções emocionais dos meus leitores. A minha favorita foi de uma leitora que me contou que o meu trabalho tinha salvo o seu casamento. Ao que parece o romance fê-la olhar para o marido de uma forma diferente. Espero que tenha sido um casamento digno de ser salvo.

Pode falar-nos um pouco do seu dia-a-dia? Tem alguma espécie de rotina de escrita?

Há uns anos atrás falei com uma autora americana de grande sucesso que me disse achar importante encarar o seu dia de escrita tal como outro trabalho qualquer. Muitos escritores esperam que lhe surja inspiração e tendem a fazer pouca coisa. Eu optei pelo método daquela autora. Vou para o escritório de casa todos os dias à mesma hora e trabalho o mesmo número de horas diariamente, dividindo o meu tempo entre ficção e não ficção. Escrevo todos os dias, mesmo que as coisas não me estejam a correr bem. Normalmente consigo extrair sempre algo que vale a pena, para além de que me mantenho focado.

Que género de livros gosta de ler? Qual é o seu livro favorito de todos os tempos? Eu sei que esta é uma questão difícil, por isso pode mencionar 3… ;)

Os meus gostos de leitura são muito abrangentes. Gosto de ficção bem escrita, com personagens poderosas, por isso escritores como Pat Conroy e Barbara Kingsolver são para mim ideais. O meu romance favorito de sempre é o “Uma Agulha no Palheiro” (de J.D. Salinger). Na minha opinião, o maior romance americano.

Foi realmente um prazer ler o seu livro, Nunca Te Esqueci. Muito obrigada por tê-lo escrito Michael. Mal posso esperar pela sua próxima publicação.
De igual modo gostaria de agradecer o tempo que dispensou para responder às minhas questões e espero vê-lo em Portugal brevemente.

O meu obrigada também à Quinta Essência por esta magnífica oportunidade.
Em www.bertrand.pt

O clube de leitura do meu coração.

 
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