Opinião: "Ratos e Homens" de John Steinbeck

Mais um Prémio Nobel da Literatura, desta vez recomendado por uma querida amiga literária. 

John Steinbeck nasceu numa família pobre em Salinas na Califórnia. Chegou a frequentar a universidade, mas sem concluir nenhuma licenciatura. Para custear os estudos, começou a trabalhar num jornal. Em breve vasculhava a cidade de Nova Iorque à procura de um editor para os seus livros ainda não escritos.

O seu primeiro livro surgiu em 1929, mas foi só em 1935 que se afirmou como autor de prestígio com o livro Tortilla Flat (O Milagre de São Francisco). No entanto, os seus grandes êxitos só foram escritos nos anos seguintes:

- Batalha Incerta (1936)
- Ratos e Homens (1937)
- As Vinhas da Ira (1939)

Steinbeck teve 17 das suas obras adaptadas ao grande écran. Entre elas A Leste do ParaísoAs Vinhas da Ira e até o livro de que hoje vos falo, Ratos e Homens. Este último teve diversas adaptações ao cinema e à televisão, sendo que de todas destaco a de 1992, que conta com John Malkovitch e Gary Sinise nos papéis principais. Chegou a ser nomeado para o Óscar de Melhor Argumento Original com Um Barco e Nove Destinos, mas não ganhou.

Ganhou sim o Prémio Nobel da Literatura em 1962, e a sua obra está marcada por uma grande preocupação com os problemas dos trabalhadores rurais e por um grande fascínio pela terra.

Sobre o livro Ratos e Homens tenho a dizer que é um livro pequenino, com uma história quase banal mas impressionante. Fala sobre dois homens, trabalhadores rurais tarefeiros, que andam pela Califórnia durante a Grande Depressão (1929-1939) em busca de trabalho. Logo desde o início percebemos o quão estranho é aquele par: Lennie é um gigante com a mentalidade de uma criança, que não mede a sua força, nem tem noção de que as coisas que diz podem ser mal interpretadas; George, pelo contrário, é pequeno e esperto. Toma conta de Lennie há já alguns anos, porque se sente na obrigação de o proteger. Ambos sonham com o dia em que poderão comprar um bocado de terra e torná-la a sua casa, não dependendo de mais ninguém para sobreviver. Lennie só pensa nos coelhinhos e gatinhos que poderá ter.

Continuando a leitura, os acontecimentos sucedem-se rapidamente, e o leitor é levado num corrupio, que apesar de saber como termina, não deixa de ler. Inicialmente o livro teria o título de "O que aconteceu", mas mais tarde foi alterado. A verdade é que a tragédia que se desenrola ao longo das suas páginas foi apenas algo que aconteceu, não sendo realmente culpa de ninguém, mas não deixando de ser uma tragédia.

Confesso que, se inicialmente a história não me conquistou, depois de o ler não deixei de pensar nela, ao ponto de falar sobre a mesma com várias pessoas. Será esse um dos dons de um laureado Nobel? É mesmo um livro interessante, que suscita discussão e análise sobre os seres humanos. Uma opção excelente para um clube de leitura! E é sem dúvida uma leitura que recomendo.

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O clube de leitura do meu coração.

 
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