Opinião: "O Comboio dos Orfãos" de Christina Baker Kline

Passado e presente. Duas histórias que se unem através das duas principais protagonistas. Uma tem noventa e um anos a outra apenas dezassete mas a ligação entre elas é extraordinária.

É interessantíssima a forma como as duas histórias, que aparentemente nada têm a haver uma com a outra, se encontram. Inicialmente, nem percebemos muito bem quem é a personagem principal da história que Vivien, a senhora da casa onde a jovem Molly vai cumprir as suas 50 horas de serviço comunitário por ter roubado um livro da biblioteca. Será a própria Vivien? Alguém da sua família? Ou apenas alguém que ela conheceu em tempos? 

A conversa flui entre as duas à medida que vão organizando o sótão da primeira, desenterrando velhas recordações. Aos poucos, intercalando com o presente e por sua vez com a história de Molly, vai surgindo a história da vida de Niahm, uma pequena emigrante irlandesa de 9 anos que em 1929 se viu sozinha no mundo após um incêndio que lhe levou a família.

E aqui se inicia um relato emocionante sobre uma parte da História dos E.U.A. por muitos desconhecida. Durante várias décadas, centenas de órfãos de Nova Iorque eram recambiados, via comboio, para cidades e vilarejos do interior dos E.U.A.. Praticamente entregues ao Deus dará, a sorte deles iriam depender dos pais que os escolhessem.

É uma história fenomenal e muito bem escrita. Aliás, é mesmo aquele género de histórias que ficaria arruinada se assim não fosse. As personagens secundárias também estão muito bem estruturadas, servindo de bom apoio para ambas as histórias. Há cenas que nos horrorizam e que eram impensáveis que acontecessem hoje em dia. Mas será que não acontecem mesmo?

Um livro emocionante, terno e bastante elucidativo. Adorei esta leitura! É mesmo um livro a não perder.


Para ler a sinopse e mais informações, consultem por favor a página da Leya » aqui.
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