Opinião: "28 Dias" de David Safier

A primeira vez que li algo de David Safier, foi, como muitos de vós, com "Maldito Karma", um dos livros mais hilariantes e bem dispostos que já li. Continuei a lê-lo com "Jesus Ama-me" e "Uma Família Feliz" - novamente livros com muito humor. Fiquei pois surpreendida quando a Planeta lançou o seu último livro, "28 Dias". Não uma história leve e bem disposta, como as anteriores, mas uma história baseada em factos reais, e sobre um tema muito sério, o Gueto de Varsóvia, numa Europa assombrada pelo domínio nazi.

Eu sei que muita gente dirá, "oh, não, mais um livro sobre o holocausto", mas o que não sabem é que esta não é mais uma história sobre o holocausto nazi, é sim uma história que deita por baixo a noção que temos que os judeus nunca se rebeliaram. 

Com 30% dos habitantes de Varsóvia, o Gueto
ocupava apenas 2,4% do território da cidade.
O Gueto de Varsóvia foi o maior gueto judaico estabelecido pelos nazis na Polónia ocupada. Durante os três anos que existiu reduziu a sua população de 380 000 para 70 000 habitantes. O isolamento, a fome e as doenças, e mais tarde deportações para o campo de "trabalho" Treblinka (que na verdade era um campo de extermínio). Mas o Gueto de Varsóvia ficou também conhecido por ser o local onde se deu a primeira insurreição contra o domínio nazi.
A 16 de novembro iniciou-se a contrução de um
muro que segregou por completo os judeus.
Em abril 1943 vários grupos de judeus agindo como movimentos de revolta uniram-se e deram origem ao que ficou conhecido na História como A Revolta do Gueto de Varsóvia. Cerca de 750 combatentes lutaram com todas as suas forças contra os alemães que tentavam levar os últimos moradores do gueto. Durante 28 dias conseguiram resistir, e uns quantos até conseguiram fugir. Infelizmente e como era esperado, os alemães conseguiram subjugar os revoltosos e acabaram o seu trabalho no gueto de Varsóvia.

As rações eram limitadas a 184 kcal / dia.
David Safier conta-nos uma história verídica, com factos reais, apesar das personagens serem ficcionadas.
Pelos olhos de Mira, uma jovem de 16 anos, ficamos a conhecer tudo o que aconteceu durante os três anos de existência do Gueto de Varsóvia, e os pormenores do primeiro movimento de revolta orquestrado por judeus.


E para que a história não se repita, há que continuar a saber, aprender e a não esquecer.
Uma leitura extraordinária que recomendo sem hesitações!
Em www.bertrand.pt

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