Muitos comparam-no a “O Perfume”, livro que sublima o olfacto, e que é um dos meus favoritos de sempre. E sim, acabo por concordar, “O Canto do Anjo” está para a audição, o que “O Perfume” está para o olfacto.
E esta comparação, faz-me perguntar… quando é que diferenciamos um livro dos demais e o apelidamos de grandioso?
Quando o vemos em exposição numa livraria qualquer?
Quando o descobrimos em destaque neste ou naquele blog?
Ou quando o temos nas mãos, admiramos a sua capa e o abrimos?
Não. Sabemos que um livro é grandioso quando o mesmo nos faz SENTIR.
Este livro para além de me fazer sentir, fez-me vibrar. Lutei por todos os instantes em que me pude dedicar à sua leitura e em silêncio, consegui apreciar o que de belo ainda se escreve neste mundo.
“O Canto do Anjo – A História de um Castrato” é um livro que possui uma inevitável pauta plena de claves, intercalada em cada palavra, proporcionando ao leitor uma intensa leitura da qual se desprende uma harmoniosa e poderosa melodia que o leva ao rubro da sonoridade.
A música, tal como os livros, vivem dentro de mim. Dessa forma, ao ler este livro, foi como se pudesse escutar, através das palavras que contam a história, o canto magnífico de um ser, que apesar ser apenas um homem de adulterado por outro homem, se assemelharia, segundo dizem, ao canto de um anjo.
Toda a história é de uma absoluta riqueza e rigorosa informação, tanto sobre como era a vida no séc. XVII numa pequena vila da Suiça como em plena cidade de Viena na Áustria. Abrangendo todos os extractos sociais, o autor consegue pintar-nos uma imagem fabulosa, que sem dúvida torna mais rico o texto que transpira musicalidade.
Não se trata apenas de uma simples história de amor, mas sim de uma complexa e maravilhosa história de amor. Vários tipos de amor. O dos amantes, o dos amigos, o dos pais e filhos e o amor à Música.
Lindo, lindo.
Para mais informações podem consultar aqui ou o no site da Editorial Presença.