"O Despertar do Adormecido" de Alistair Morgan

«Uma teoria, propagada por um psicólogo chamado John Steiner é que no interior de pessoas com propensão para a violência existem traços de personalidade agressivos que permanecem latentes até serem despertados por determinadas condições. Ele chamava a estes traços, ‘adormecidos’. Outro psicólogo, Ervin Staub, ainda fez avançar mais esta teoria. Os seus estudos concluíram que o ‘adormecido’ é um traço muito comum e que quase toda a gente tem capacidade para uma extrema violência e destruição.»


Este excerto do livro é sem dúvida a explicação subliminar do autor para a estranha história que se vai desenrolar. E verdade seja dita, assim que o terminei, fui imediatamente em buscar deste excerto para o reler.

Mas não foi um livro que me enchesse as medidas. Bem pelo contrário. O prometido thriller psicológico da sinopse ficou muito aquém do que eu esperava, para além deste mau estar que me deixou à flor da pele.

Há no entanto um valor indiscutível na escrita deste autor, pois por muito que a história não me estivesse a agradar não consegui parar de ler. Acaba por ser desoncertante... é a palavra que me vem à mente para o classificar.

Realço particularmente esta conclusão, nos faz pensar um pouco sobre a humanidade:
«… Somos todos capazes de uma crueldade surpreendente. (…) o facto é que é fácil mantermo-nos à distância e condenar crimes de guerra, crimes contra a humanidade, assaltos violentos e infidelidades; no entanto até nós mesmos termos estado em circunstâncias semelhantes, é impossível sabermos se reagiríamos de uma maneira diferente.»

Sinopse:
John Wraith, de 46 anos, recupera a consciência depois de um grave acidente; só então toma conhecimento de que a sua mulher e a sua filha de 5 anos morreram tragicamente no carro que ele mesmo conduzia. Por sugestão da irmã irá recuperar na casa de férias, em Nature?s Valley, um local remoto da costa sul-africana. É Inverno e a terra está quase deserta. Porém, conhece aí uma perturbada jovem de 17 anos, o seu pai e o seu irmão, e deixa-se atrair irremediavelmente por esta família disfuncional. Uma análise intensa sobre a perda e a obsessão que fazem deste livro um notável "thriller" psicológico.
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