Opinião: "Ressurrecta" de Vic Echegoyen

Estava um pouco relutante em pegar neste livro. Afinal, era mais um estrangeiro a escrever sobre Portugal. Não podia estar mais equivocada! Vic Echegoyen escreveu com conhecimento de causa, e abordou o terramoto de 1755 de uma forma como nunca me cruzei. Minuto a minuto, ela descreve-nos o que foi acontecendo, tendo por base o estudo minucioso de inúmeras obras e textos, incluindo testemunhos escritos do que aconteceu.

Durante as 520 páginas, somos levados a todos os terríveis lugares deste acontecimento quase fatal para Lisboa. Juro que me senti a ver um filme. Fiquei presa à narrativa e só queria ler mais e mais. Nunca me senti enfadada. E mesmo depois do livro terminar, queria continuar a acompanhar a história, ver como o fantástico Carvalhão, o Marquês de Pombal, se dispôs a resolver a cidade de Lisboa.

Vic Echegoyen criou uma obra magnífica e completa. É notória a investigação que precedeu o processo de criação da obra, mas nem por isso a sua escrita deixa de ter uma simplicidade aguda, contrastando com a profundidade do acontecimento. Criou personagens muito fiéis à realidade, dos vários extratos da sociedade, trazendo ao de cima as diferenças sociais. Graças a ela, acho que não consigo olhar para Lisboa da mesma forma. E claro, se já gostava o Marquês de Pombal, agora admiro-o ainda mais.

(...) Cinco terramotos, três ondas gigantes, cem incêndios convertidos num (...)

Obrigada pela aventura, Vic Echegoyen!

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