Opinião: "História de Quem Vai e de Quem Fica" de Elena Ferrante (A Amiga Genial - Terceiro Volume)

Eis o terceiro livro da tetralogia Amiga Genial. Li-o num ápice nos primeiros dias de Janeiro. A escrita de Elena Ferrante tornou-se num vício. Só quero ler mais e mais dela. Não me interessa se é desconhecida, anónima, ou heterónimo de alguém. Tem é de continuar a escrever para nós lermos. Não concordam?

Neste livro, como o nome bem indica, continuamos a acompanhar as duas amigas Lenù e Lila, sendo que uma saiu de Nápoles e a outra ficou. Lila deixou entretanto o marido e trabalha numa fábrica de enchidos, em condições bastante precárias. Lenù por seu lado, termina o seu percurso estudantil na Normale de Pisa (universidade) e publica o seu primeiro romance, que lhe abre as portas para um mundo novo, pleno de artes e cultura. 

A sua amizade é repetidamente posta à prova. E nós, leitores, que já conhecemos os contornos mal definidos da mesma, ficamos na dúvida sobre qual delas será a amiga genial, se haverá realmente uma amizade ou apenas uma relação de dependência.

Lenù, em busca de temas para novos livros, imiscui-se em grupos de movimentos feministas, participa em comícios e até se vê envolvida em situações mais arriscadas. Fascinada por toda essa nova cultura ela reencontra uma antiga paixão - Nino Sarratore. Entretanto, Lila continua numa espiral descendente e acaba por ter de se apoiar na amiga para regressar à vida.

Uma vez mais tendo como pano de fundo uma Itália em polvorosa - os loucos anos 60 / 70 politicamente tensos e perigosos - a autora continua a história desta estranha amizade entre duas mulheres. Uma leitura que só consigo definir como visceral. Não há como não continuar a ler. Que venha o próximo.

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