"A Prenda" de Cecilia Ahern

Sinopse:
Todos os dias Lou Suffern, um arquitecto bem-sucedido de Dublin, travava uma batalha inglória com o relógio, na tentativa vã de responder às múltiplas solicitações profissionais, familiares e sociais. Vivia a um ritmo vertiginoso. O seu desejo de sucesso afastou-o do que era realmente importante na sua vida. E assim foram correndo os dias até àquela gelada manhã de terça-feira em que resolveu oferecer um café a Gabe, o sem-abrigo que costumava sentar-se perto da entrada do seu escritório. À medida que o Natal se aproxima e que Lou vai privando mais de perto com Gabe, a sua perspectiva do tempo vai-se alterando... Emocionante e divertida, esta narrativa onde está sempre presente o espírito de Natal, faz-nos reflectir sobre a importância do tempo e rever as prioridades na nossa própria vida.

A minha opinião:
Este é já o quarto livro que leio desta autora (falta-me apenas ler o Um Lugar Chamado Aqui) e devo dizê-lo que mais uma vez, não me desiludiu.
Este é um livro cheio de significado, pleno de magia e que nos faz reflectir bastante.
Não se pode dizer que seja um livro excepcional, mas tal como os anteriores, encerra uma mensagem muito importante, que o torna especial. Na verdade, talvez seja esta uma das mensagem mais importantes que podemos receber a determinada altura da nossa vida.
É sem dúvida uma excelente prenda, a lição que a autora nos oferece. Pelas suas palavras “A lição aprendida por um homem é a história de outro homem, mas, muitas vezes, a história de um homem pode ser a lição de outro.”
Não querendo revelar muito da história, deixo aqui algumas passagens, cuja simplicidade e beleza me tocou:

Pág. 19
«Esta história é sobre pessoas, segredos e tempo. Sobre pessoas que, à semelhança dos embrulhos, escondem segredos, que se cobrem de camadas até aparecerem as pessoas certas, que as podem desembrulhar e ver o seu interior. Por vezes, temos de nos dar a alguém para podermos ver quem somos. Por vezes, temos de desembrulhar as coisas, para chegar ao seu âmago.»

Pág. 263
«Uma coisa de grande importância pode afectar um pequeno número de pessoas. Do mesmo modo, uma coisa de pouca importância pode afectar um grande número de pessoas. Seja qual for o caso, um acontecimento – seja ele grande ou pequeno – pode afectar toda uma cadeia de pessoas. Os acasos podem unir-nos a todos. É que não sei se estão a ver, mas somos todos feitos da mesma matéria. Quando alguma coisa acontece, desperta algo dentro de nós que nos liga a uma situação, que nos liga a outras pessoas, iluminando-nos e unindo-nos como uma fiada de luzinhas numa árvore de Natal, torcidas e contorcidas mas, ainda assim, ligadas a um mesmo fio condutor. Algumas apagam-se, outras tremeluzem, outras brilham intensamente, mas estamos todos no mesmo fio.»


Obrigada querida Betita, por mais esta oportunidade!
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