Finalmente, o novo livro de Luís Miguel Raposo!

Apaixonei-me pelo seu primeiro livro e há já algum tempo que esperava esta nova publicação: "Quando Morreres Vou Amar-te".
Fiquem atentos, em breve teremos uma pequena entrevista com o autor. ;)
Para já fiquem com algumas palavras que deixam transparecer um pouco do que poderemos encontrar neste novo livro.

«os nossos olhares baixam sobre as nossas mãos estendidas no plano da mesa e eu não digo nada. vem depois um importante silêncio calafetar os espaços das coisas que não ocupamos para haver uma continuidade feita de qualquer coisa de nós para o nosso redor e nessa continuidade possamos continuar a existir. estou no meu silêncio que nele é igual e não digo nada. e eu não digo nada. estávamos nisto e eu digo sem palavras tenho medo de amar-te e o teu olhar cheio de uma lonjura maior que cordilheiras diz-me sem palavras não temos de correr o tempo é nosso, pertencemos às eras,
ou não há tempo sem nós, somos as eras, qualquer coisa assim,
distingo-lhe o sentido às palavras mesmo se silêncio,
também eu tenho medo mas é um medo diferente tenho uma força de ser mulher que é como uma borracha nos traços do medo,
aqui eu penso a tua ausência dói-me. será que quando partes me
recordas a recordar-te e a perder-me nessa dor?
estou a pensar
o meu medo é o medo da felicidade. fui um dia andar de mão dada com ela a felicidade por companhia às voltas no parque andámos mão com mão certas vezes muito firmes e depois levei-a ao cinema onde não coube fechada. veio outro dia e eu quis morrer porque a não encontrei nem mesmo à porta do cinema onde também fui procurá-la. estava dispersa no vário rosto aí incrustada, em ocasiões integrada. como se matéria finita, escassa, sem dono. mas tenho uma força que se regenera de ser mulher. vai ter dias de chegar para os dois. diz-me em silêncio como se o silêncio fosse o precursor do amor derradeiro e definitivo. todas as palavras sem o excesso de as dizermos. não digo nada e estou a querer dizer-lhe que há uma liberdade sobre nós que podia ser como um ar de respirar e se não corrermos não nos vai faltar mas como. se escolho o silêncio. talvez o meu olhar lho explique sem um labirinto de palavras abrir ambiguidades de nos perdermos. por isso não digo nada. silêncio.
(…) um silêncio nosso abrigado de um nada que é impenetrável. ocupamos o espaço entre os espaços. um entre luz. »
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