Num final de tarde maravilhoso e num local absolutamente encantador em plena Lisboa, tive o enorme prazer de estar à conversa com Maria Dueñas. Esta autora que me conquistou com "O Tempo Entre Costuras", "Recomeçar" e mais recentemente com "As Vinhas de La Templanza" é uma verdadeira simpatia.
Tendo sido durante 20 anos uma professora académica, mudou radicalmente de vida após o êxito do seu primeiro livro, "O Tempo Entre Costuras". Perguntei-lhe o que mais gostava da vida de escritora. Respondeu-lhe que o que lhe dava mais prazer era a liberdade, o não ter horários, o poder ora fazer pesquisa, ora escrever, sem regras impostas por outros, apenas por ela.
Considera-se uma escritora organizada.
Primeiro pesquisa muito, por vezes um ano inteiro em diferentes locais. E depois o que chama de "verdadeiro trabalho", a escrita. Nessas alturas escreve todo o dia, de manhã à noite, apenas intervalando apenas para almoçar. Dois, três, quatro dias seguidos, para depois sair e desanuviar durante um ou dois dias e regressar de novo à mesma rotina. Sempre assim até terminar o livro.
Perguntei-lhe sobre o próximo livro, "As Filhas do Capitão", que será publicado em setembro pela Porto Editora. De olhos a brilhar, falou deste seu novo filho, um livro que aborda a emigração espanhola nos anos 30 para os Estados Unidos da América, mais propriamente para a cidade de Nova Iorque. Diz que é um tema não muito aprofundado, pois o grosso da emigração espanhola rumou à América do Sul. Foi um trabalho de pesquisa muito intenso mas simultaneamente muito interessante. Falou com famílias, com netos dos emigrantes originais, sobre como era a vida na cidade que nunca dorme.
Conversámos também sobre a série baseada no seu primeiro livro (O Tempo Entre Costuras), e foi com grande satisfação que partilhou que o livro As Vinhas de La Templanza vai igualmente ser adaptado ao pequeno écran, com a participação da Amazon Prime. Ao ser questionada sobre como se sentia quando via o seu trabalho a ser "adaptado", ela afirmou estar muito satisfeita, pois à medida que o guião vai sendo escrito, ela vai sendo contactada com pedidos de opinião e sugestão.
Foram duas horas muito bem passadas e aproveito para agradecer à equipa da Porto Editora por este convite e pela sua simpatia.