O título diz tudo. As fotos na capa e contra capa são avassaladoras. É quase uma afronta ver uma menina tão inocente de mão dada com Adolf Hitler. Se tivesse de lhe dar um título, chamar.lhe.ía O Bem e o Mal Mas na realidade eram apenas crianças, os filhos dos nazis. Muitos deles nem sequer tinham consciência de quem eram os seus pais, o que faziam e o que significavam. Viviam felizes, protegidos e eram amados. Quando a guerra terminou tudo mudou. E os jovens príncipes do nazismo "acordaram" para uma realidade bem diferente. O que fizeram com as suas vidas. Como lidaram com a herança que os seus pais lhes deixaram?
São estas as perguntas que Tania Crasnianski tenta responder neste livro. Ela própria neta de um oficial alemão do II Reich, consegue compreender o que é viver com o peso de um passado familiar tão nefasto.
No entanto, como se percebe ao longo da leitura, e no caso específico dos filhos de oito das personagens mais importantes do regime nazi, as reações são diversas. Houve quem renegasse o seu progenitor e até o próprio nome de família, como Brigitte, a filha de Rudolf Hoss, o comandante de Auschwitz, mas houve também quem sentisse orgulho do seu pai e até hoje defenda a causa nazi e apoio o movimento, como é o caso de Gudrun, a bonequinha de Henrich Himmler.
Escrito num tom imparcial e distante, quase jornalístico, este livro é sem dúvida uma verdadeira preciosidade para qualquer biblioteca. Um relato quase inacreditável sobre como eram ser pais extremosos, estes homens que ficaram marcados na história como verdadeiras personificações do Mal.