E realmente, é-me difícil dizer-vos o que senti ao ler este livro. Revolta, raiva, indignação... ao ponto de ter de parar de lê-lo à noite, pois estava a deixar-me enervada. E depois, surpresa, incredulidade e novamente revolta, tendo de me lembrar constantemente que se tratava de uma distopia, não uma história baseada em factos verídicos. Só que a distância entre a realidade e a distopia, neste caso específico, é bem pequena. E isso é assustador.
Acho que só por isto dá para perceber que esta não é uma leitura para qualquer um. Mas é uma leitura importante.
Numa época em que se tende a esconder, camuflar ou até mesmo apagar o passado, é preciso estarmos mais atentos. Porque a História já bem o provou, há uma tendência para se as coisas se repetirem. Para que os erros cometidos no passado, voltem a ser cometidos. E há erros que não podem voltar a acontecer.
Nesta chamada de atenção entram exatamente livros como este. Distopias, certo, mas que alertam para o que pode muito bem acontecer num piscar de olhos: a preponderância do Estado sobre os mais simples direitos do ser humano.
Foi uma leitura impressionante que me deixou um gosto amargo na boca. Muito bom! Recomendo.