"Marés de inverno" de Luís Miguel Raposo

Sinopse«– A minha memória tem buracos que não consigo preencher – disse-me em tom triste. – Quero recordar a nossa juventude, mas tudo parece desligado. Tu podias escrever acerca de nós, vasco, sempre tiveste jeito para essas coisas.»

Deitado numa cama de hospital para morrer, Michael vai perdendo a clareza das memórias de rapaz, quando o seu mundo era apenas um grupo de amigos surfistas e a enorme paixão pelo mar que os mantinha unidos.Vasco assiste ao crescente sofrimento do amigo, ao afastamento da mulher que ama, ao despontar de uma paixão, à morte dos que mais estima, e aperta as rédeas do tempo para cumprir a sua promessa: escrever a história da sua juventude.

Sobre o autor:
Luís Miguel Raposo nasceu em Almada a 6 de Novembro de 1971.
Começou a fazer surf aos quinze anos na Costa de Caparica.
Licenciou-se em Organização e Gestão de Empresas na Universidade Moderna e trabalha como consultor de gestão e formador na Century 21 Portugal.
Vive nos arredores de Lisboa com a família e os amigos no pensamento. É comum encontrá-lo nas manhãs de sábado em Peniche, na praia Supertubos, a surfar ou a escrever sentado na esplanada sobre o mar.
Marés de Inverno é o seu primeiro romance.

A minha opinião:
Por vezes ponho-me a pensar - mas porque raio leio eu tanto? porque insisto e insisto e corro por entre linhas e letras e perco-me no meio de títulos e capítulos? A resposta é simples: porque de tempos a tempos apanho algo que vale mesmo mesmo a pena ler. Algo que nos toca, que nos leva a alma a viajar por entre as páginas desse livro. Algo que nos faz voar. Mesmo a sério.
Este é um desses livros.
"Marés de Inverno", logo o título me cativou. É que pulsa-me o mar nas veias e o vento brinca nas ondas do meu cabelo - talvez por isso as praias de inverno são as minhas favoritas.
Depois há a questão do autor. Partilhamos, para além do óbvio amor pelo mar, o dia de nascimento - 6 de Novembro de 1971.
Tudo se encaminhava para uma boa leitura.
Mas nada me preparou para a poesia que encontrei nas linhas desta história.
A forma como ele escreve é simplesmente divinal. E os pormenores? Deliciosos. As maísculas para os nomes de quem lhe é importante, as mínusculas para os demais; o conjugar os verbos de forma reflexa; os recados, em maísculas, para alguém já distante; as recordações da mãe; a forma como nos conta do mar...
Já para não falar da história em si.
A nostalgia dos tempos idos e das amizades perdidas.
A altura em que a vida era vivida de uma forma tão intensa que até respirar doía.
O amor. Sim, sempre o amor. Pelo mar. Pelos amigos. Pela primeira paixão.
E a perda. A tristeza que se nos entranha na pele e nos muda o olhar.

Amei este livro.
Será daqueles que vou ter de ter na minha estante e guardar com carinho pois proporcionou-me momentos muito doces. Houve tempos que caminhei na mesma areia e foi bom recordar aquela praia.
Obrigada Luís Miguel Raposo. Fico á espera de um próximo título com a mesma intensidade.
Em www.bertrand.pt

O clube de leitura do meu coração.

 
Copyright 2005-2024 Blogger Template Ipietoon (Adaptado por Fernanda Carvalho - a escrever sobre livros desde 2005)