"Jane Eyre" de Charlotte Brontë

Esta obra, um verdadeiro clássico da literatura inglesa, tem, ao longo dos anos despertado inúmeras paixões e ódios.
Muitos consideram-na sublime, outros simplesmente a olham de lado e a apelidam de "aborrecida". Mas como em tudo na vida, não há como experimentarmos nós próprios para sabermos exactamente o que dizer.

Antes de mais, tenho que frisar o quão admirada fico (a palavra que aqui queria utilizar mesmo era "overwhelmed") sempre que leio um livro como este, publicado pela primeira vez a meio do século XIX e cuja leitura foi sem dúvida, e acima de tudo, um prazer. Existem coisas que são realmente intemporais.

"Jane Eyre" é supostamente uma autobiografia ficcionada, ou seja, a autora pegou na sua própria vida e contou-a alterando este ou aquele facto. Talvez por isso tenha sido tão fácil para ela transmitir os sentimentos de Jane, as suas dúvidas e problemas, os seus desejos e ideais, tanto enquanto criança carente de afecto, como enquanto jovem preceptora numa casa desconhecida. Mas o que realmente salta à vista é realmente o crescimento e amadurecimento da personagem, que se mantém fiel às suas convicções, mesmo que estas a levem para um caminho de sofrimento e dor.
É uma obra que nos apresenta claramente qual o papel da mulher na sociedade inglesa naquela época, mas que ao mesmo tempo nos mostra uma Jane inteligente e insubmissa, resistente ao capricho masculino, querendo ser reconhecida como igual numa relação que tem por base o amor. E isto é realmente algo extraordinário para a época!
Para além da história em si, a forma como é narrada é simplesmente sublime. Charlotte Brontë consegue agarrar o leitor e envolvê-lo na narrativa, praticamente o obrigando a tomar um partido - o de Jane, como é óbvio. Gostei particularmente da forma como ela consegue que a natureza que rodeia Jane consiga espelhar de forma tão clara os sentimentos que a assolam. A introdução dos elementos mais negros na história fez-me de algum modo lembrar a inquietação que também encontrei na obra da sua irmã, Emily Brontë (O Monte dos Vendavais), que na verdade se trata do elemento gótico típico na literatura da época.

Sinceramente adorei o livro, e mal posso esperar para ver a nova adaptação ao cinema que estreou ontem!

Sinopse:
Jane Eyre é uma obra-prima da literatura inglesa, a autobiografia ficcionada de uma jovem que, depois de uma infância e adolescência desprovidas de afecto, se torna preceptora em Thornfield Hall e se apaixona pelo seu proprietário, Mr. Rochester. Plenamente correspondida nos seus sentimentos, Jane julga ter encontrado o amor por que ansiara toda a vida, mas Thornfield Hall esconde um segredo tenebroso que ameaça ensombrar a sua felicidade. Numa atmosfera misteriosa e inesquecível, acompanhamos esta heroína de espírito puro e apaixonado, que trava uma luta interior constante para se manter fiel às suas convicções e a si própria.
Jane Eyre tem agora uma nova versão cinematográfica, com Mia Wasikowska, Michael Fassbender e Judi Dench nos principais papéis.
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