Sinopse:
Soraya tem apenas 15 anos quando, certa manhã, recebe a
notícia da visita do líder da Líbia, Muammar Kadhafi, à sua escola. Como praticamente
todos os jovens líbios, também ela cresceu no culto da veneração ao Guia,
encarado como um deus, vivendo «num Olimpo natingível». Quando é apresentada ao
Coronel, este pousa uma mão sobre a sua cabeça e acaricia-lhe os cabelos. A
vida de Soraya, a sua infância e todas as esperanças de futuro terminam nesse
exato momento, pois com esse gesto o Guia acabou de indicar às suas guardas que
Soraya passará a ser sua escrava sexual.
Nos anos seguintes, Soraya é torturada, violada, espancada,
obrigada a consumir álcool e drogas. Tenta por várias vezes escapar, e consegue
mesmo fugir do país, mas o regime de terror em que vive torna-a frágil, incapaz
de interagir com os outros de forma saudável. Nem sequer a morte e o
desaparecimento dos seus algozes vem apaziguar o medo, a vergonha, a revolta.
Sobre a autora:
A jornalista Annick Cojean foi a fiel depositária desta e de
outras histórias, conduzindo uma investigação que traz a lume a utilização das mulheres
líbias como armas de guerra no seio de uma sociedade corrompida, cuja população
é, ainda hoje, simultaneamente vítima e cúmplice da uma política de silêncio
que urge romper, para que se faça finalmente justiça.
Grande repórter do jornal Le Monde, presidente do júri do
Prémio Albert Londres, que obteve em 1996, Annick Cojean é uma das jornalistas
de maior renome da imprensa francesa. É autora de vários livros, entre os quais
se destacam FM, la folle histoire des radios libres, escrito em coautoria com
Frank Eskenazi, e Retour sur images.
Críticas de Imprensa:
«Este não é um livro, é uma bomba.» Salon Littéraire
«Raptos, violações,
humilhação. Este foi o destino de inúmeras mulheres, mantidas à mercê do
coronel Kadhafi. Neste livro chocante, Annick Cojean dá voz a essas mulheres
[...] » Elle (França)
«É difícil não nos comovermos perante o relato da crueldade
que um só homem conseguiu infligir a tantos. [Mas a] persistência [de Annick
Cojean] e a coragem de Soraya foram recompensadas. O facto de o livro de Cojean
ter sido traduzido para árabe e estar agora disponível na Líbia oferece um
pequeno raio de esperança para o futuro.» Independent
«No sentido oposto da imagem de um Kadhafi “sufragista”,
[este livro] revela a exploração sexual [de que foi alvo] um país inteiro.» Le Point
Primeiras páginas aqui.