"Segredos Obscuros" de Hans Rosenfeldt e Michael Hjorth (opinião)

Gosto imenso de policiais nórdicos. Desde que li o primeiro, por norma não os deixo fugir da minha vista. São claros e objetivos, com o seu quê de frieza, tão típico nessa parte do globo.
Sobre este livro especificamente, acho que a minha curiosidade e expetativa foi muito bem cultivada pela editora, através de imagens misteriosas e mensagens algo enigmáticas na sua página do Facebook. Quando finalmente o tive na mão, soube que não podia demorar muito a lê-lo. E assim foi.

No centro da história está o desaparecimento de um jovem de 16 anos numa pequena localidade sueca, Vasteras. Rapidamente o seu corpo é descoberto e a investigação é entregue a uma equipa de elite, a Riksmord. Logo de seguida somos apresentados ao principal protagonista, Sebastian Bergman, um ex psicólogo criminal, famoso por ter colaborado inúmeras vezes com a polícia na resolução de alguns casos bastante mediáticos. Sebastian é o verdadeiro anti-herói, uma pessoa arrogante e extremamente desagradável, que entrou em declínio pessoal e profissional após ter perdido a sua mulher e filha no tsunami de 2014. A medida que o vamos conhecendo, vamos substituindo os sentimentos que inicialmente nos provocou por pena. É um homem perdido na sua própria dor.

Sebastian encontra-se em Vasteras por acaso (para vender a casa dos seus pais após a morte da sua mãe), e ao tropeçar inadvertidamente na investigação, acaba por ser convidado por Torkel, o chefe da Riksmord, para se juntar a eles. A equipa fica então pronta, e a história avança. De imediato a ação acelera e os acontecimentos sucedem-se, complicando o enredo.



Toda a gente tem segredos, e há quem faça tudo para os manter escondidos. Mas na realidade, nem todos os segredos são assim tão secretos. Não concordam?
E quem é “o homem que não é um assassino”?
É isso que vos convido a descobrir à medida que lêem esta fantástico policial.

Adorei a escrita desta dupla de suecos - Michael Hjorth e Hans Rosenfeldt. Talvez por terem larga experiência a escrever guiões para a televisão e cinema, conseguem escrever com uma clareza fenomenal, integrando o leitor em cada cena, como se esta se estivesse a desenrolar à nossa frente. E o final, é surpreendente – algo que considero sempre muito importante neste género de livros. A resposta esteve sempre ali à minha frente e não cheguei lá. Muitíssimo bom!
Em www.bertrand.pt

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