Depois do extraordinário livro de Romain Puertólas, “A incrível viagem do faquir que ficou fechado num armário do Ikea”, chegou-me às
mãos “A menina que engoliu uma nuvem do tamanho da Torre Eiffel”.
Tal como o primeiro livro, este também nos apresenta uma
história desenfreada, quase surreal, envolvendo uma carteira parisiense (sim,
daquelas que distribuem correio), uma viagem a Marrocos, uma menina à beira da
morte, e um vulcão islandês de nome impronunciável.
Saltitando de peripécia em peripécia, o autor consegue um
periclitante equilíbrio entre a ação e a mensagem, sendo que por vezes quase
que parece perder-se nessa viagem.
Embora não o tenha achado tão bom como o primeiro, talvez
porque este não teve o fator novidade a seu favor, acabei por gostar mais da
mensagem que este livro encerra – a escolha entre o possível e o impossível, e qual é realmente a
única escolha que se pode fazer por amor.
Pleno de humor e de detalhes que nos fazem sorrir, “A menina
que engoliu uma nuvem do tamanho da Torre Eiffel” apresenta-se como um conto de
fadas moderno, com uma história um pouco mais ternurenta,
mais meiga, que nos amolece o coração e que culmina num final extraordinário
que nos acompanhará durante algum tempo.
Muito bom!