Rosanna Ley conseguiu colocar em palavras a beleza e a aura mágica de Myanmar, antiga Birmânia. E fê-lo não só na atualidade, como no período do final da monarquia (finais do séx. XIX).
A autora, que não conhecia, é uma excelente contadora de histórias, pelo que me prendeu à leitura com afinco. Saltitando entre épocas, ela conta-nos uma história lindíssima que ultrapassa gerações e continentes, e ajuda uma família a recompor-se após anos de exclusão.
Conseguiu, entretanto, incluir um segundo tema, o comércio de antiguidades, e dar-lhe um toque de mistério no qual as personagens principais vão ter um papel preponderante.
Falando das personagens, adorei conhecê-las. Todas elas. Têm todas o seu lugar no enredo, e contribuem com algo precioso para o equilíbrio desta história. São personagens quase reais, falíveis como todos nós, mas que conseguem evoluir à medida que a história avança. Achei, por exemplo, extremamente interessante que Eva, a personagem principal, uma jovem um tanto ou quanto apagada, acabe por se transformar ao chegar àquele país estrangeiro. Tal como nós, quando de visita a um lugar que nos é estranho, não? Parece que nos libertamos da carapaça dura que nos cobre todos os dias.
Adorava visitar Myanmar, pois apaixonei-me pelas flores, pelos aromas, pela cultura, e pelas suas gentes, tão humildes e tão generosas, e visitar os seus templos respirando aquele ar de magia intemporal..
Mas infelizmente, este país tão belo ainda sofre. A repressão política e os abusos contra os direitos humanos durante quase 50 anos deixaram mazelas, e o processo de paz e liberalização ainda não está terminado. Esperemos que continuem a caminhar no bom sentido.
Foi o primeiro livro que li desta autora. Espero sinceramente que não seja o último!
Adorei!
Para mais informações sobre o livro ou sobre a autora, podem espreitar aqui ou visitar a página do mesmo no site da Porto Editora.