Não acredito que muitas de nós o fizessem, mas Vitória era de outra garra.
A sinopse prometia igualmente um romance entre ela e um dos seus pacientes, um herói inglês, que a solidão e os acasos da vida empurraram para a sua companhia.
Por muitos livros que leiamos, filmes que vejamos, nunca iremos compreender o que é estar numa situação destas. Por isso não há como recriminar Vitória pela presença constante à cabeceira desse paciente. Com ele, ela vai desabafando, contando a história da sua vida, da sua família. e simultaneamente vamos descobrindo a história deste nosso país.
É, na realidade, a vertente histórica deste livro que mais me conquistou. Portugal, pequenino, fechado nas suas tradições e costumes, lidando com os seus próprios problemas políticos.
Luísa Beltrão tem uma escrita fluída e cativante. Leva o leitor pela mão e ajuda-o a compreender com facilidade os saltos temporais, tão necessários quando se tenta perceber uma família como um todo.
Gostei imenso. Nunca tinha lido nada desta autora e fico à espera de uma nova publicação.
P.S. A capa é lindíssima, não concordam? Parabéns à Manuscrito.