É uma história divertida e bem elaborada sobre a vida de um carteiro, o António Maria. A narrativa prende-nos logo desde o início, quando o autor nos apresenta o principal protagonista desta história:
«As voltas que a vida dá!
António Maria nascera na aldeia de Estoi, uma povoação do concelho de Faro, filho único de um casal de agricultores remediados, onde cresceu e se fez homem. Frequentou a escola primária da aldeia e concluiu o ensino secundário no liceu em Faro.
Quando António Maria começou a ter consciência do seu reduzido nome, questionou os seus pais sobre isso mas estes nunca lhe soubera, explicar, concretamente, por que motivo aceitaram a sugestão da sua madrinha, que entretanto falecera sem deixar uma explicação plausível ao seus afilhado. Só por muita insistência de António Maria é que os seus pais lhe terão dito que tinham uma ténue ideia de a sua madrinha ter sugerido esse nome pelo facto de a sua mãe se chamar Maria João Borboleta e o seu pai António José Burrinho. Ora, pela ordem natural da sua ascendência, o seu nome teria como apelidos qualquer coisa como Borboleta Burrinho. Uma vergonha de nome.»
Não vos dá logo vontade de continuar a ler? Foi isso mesmo que me aconteceu.
E a história de António Maria continua por ali a fora até se tornar carteiro na localidade onde nasceu e começar a sua luta na busca da felicidade. Adorei os pitorescos acontecimentos e desventuras deste gentil carteiro, e torci até ao fim para que as suas aventuras terminassem bem.
Este é um bom exemplo do que a literatura nacional amadora nos tem para oferecer. Pequenas e verdadeiras pérolas que, sem darmos conta, preenchem o nosso coração de leitor.
Gostei muito!