Eu já sabia que Carla M. Soares escrevia bem, mas meus amigos, isto não é escrever bem! É arrebatar o leitor e transportá-lo para dentro da história em segundos após iniciar a leitura. Devia ter desconfiado quando na apresentação do livro ela foi tão parca em palavras para o descrever, um contraste gritante com o que dizia o seu olhar. Este é sem dúvida, um filho de ternura, um projeto que lhe saltou das mãos quase sem que ela desse por isso, e a meu ver, o melhor livro da Carla.
Adorei a história, a forma como nos é contada, por alguém que também a está a conhecer agora. A voz na primeira pessoa, as considerações, os desabafos, a feminilidade de Adriana, as suas dúvidas e as suas fraquezas. Adorei. Adorei as descrições dos locais, tão subtis e verosímeis que me surpreendia cada vez que interrompia a leitura e descobria que não estava no local do livro. Adorei viajar até à Argentina e passear pelo Porto, cidade que me deixou saudades. Saltitar entre o presente, o passado e um passado ainda mais longínquo, quase sem dar por isso. Adorei.
Este foi mesmo um início de ano de leitura auspicioso. Que venham mais deste calibre. Merece sem dúvida alguma as minhas 8 estrelas!
Parabéns, Carla M. Soares e parabéns à Cultura Editora! A capa é lindíssima e o título maravilhoso. Terminei o livro a sentir o aroma a limões.