Este é daquele género de títulos a que não consigo resistir.
Um título que nos apela aos sentidos e que evoca uma felicidade para é preciso
lutar para conquistar. Um título perfeito para um livro igualmente perfeito.
Escrito num tom terno e doce, a autora apresenta-nos Ada, enquanto
menina e depois à medida que a história avança, como jovem mulher. Sempre
frágil e especial, Ada, que foi abandonada pela mãe em tenra idade, cresce
protegida pelo amor da sua doce avó. Juntas vão ultrapassando as vicissitudes
da vida, e Ada aprende a olhar o mundo de uma maneira muito especial: ela
escuta o som das coisas que começam, pois esses são bons augúrios.
Um dia a sua avó é diagnosticada com cancro e acaba por
ficar internada no hospital. Aí começa a aventura de Ada. Ela tem de desenvencilhar-se
sozinha no mundo, colocando em prática o que a avó lhe ensinou. Um dia ela
conhece alguém que a consegue ver tal como ela é, e Ada ouve o som do amor que
começa. Só que nem tudo é o que parece e Ada ainda vai ter de percorrer um longo
caminho até conseguir encontrar finalmente a sua felicidade.
Esta história, que quase poderíamos de apelidar como banal, está
escrito com tanta sensibilidade que se transforma num relato delicado e doce,
de uma fragilidade desarmante, que nos enternece e conquista. Ada é uma
personagem especial, tranquila, de uma beleza interior genuína, que nos apetece
proteger, ajudar e salvar. Uma personagem que ficará certamente, por muito
tempo, na minha memória.
Adorei a escrita desta autora, que consegue dar voz aos
sentimentos que também encontramos dentro de nós próprios. Adorei a história. E
terminei esta leitura com o coração quente, e mais atenta ao som das coisas que
começam.
Para mais informações sobre este livro podem visitar a página do mesmo no site da Editorial Presença.