Foi graças à partilha de opinião da Maria João Diogo (de A Biblioteca da João) que fiquei interessada, e quebrando a minha regra de "não aceitar livros emprestados até acabares a pilha interminável de livros que tens por ler!" acabei por trazê-lo para casa e começar a lê-lo logo de seguida. E ainda bem que o fiz. :)
O livro está escrito na forma de um diário que Hendrik decidiu começar a escrever, quase que como terapia, anotando os acontecimentos relevantes do ser dia a dia, incluindo o seu grupo de amigos, todos membros do clube por eles criado, Vemanamo (Velho Mas Não Morto). Hendrik e os seus "parceiros no crime" organizam dias especiais, visitas, workshops, jantares, para se manterem vivazes e felizes, enquanto a saúde lhes permitir, ao mesmo tempo que se vão apoiando uns aos outros nas maleitas e desaires próprios da idade.
É óbvio que a realidade da terceira idade holandesa é bastante diferente da portuguesa - não só pelos tipos de residências sénior / lares onde habitam, como pela própria mentalidade. A meu ver os nossos velhotes são mais velhotes. Mas posso estar enganada.
A verdade é que não se sabe ao certo quem é o autor deste livro. Hendrik Groen é um pseudónimo e a pessoa por trás desse nome pode ser realmente um idoso, ou apenas alguém mais jovem que conhece bem do que fala.
O livro é deveras interessante e não poucas vezes dei por mim a rir com os disparates relatados por Hendrik. Apesar disso, é um livro pungente, que nos alerta para a resiliência do espírito humano, e a necessidade de viver a vida intensamente até ao fim.
Gostei muito, mesmo.
P.S. Obrigada, Maria João!