Tenho acompanhado esta autora desde o seu primeiro livro. Já
estive com ela por duas vezes na Feira do Livro de Lisboa e tive a oportunidade
de a entrevistar. Para além de ser uma pessoa extraordinária, é igualmente uma
autora extraordinária que se mantém em constante evolução, sendo que os seus
livros são mesmo prova disso.
Este último “A Sereia de Brighton” deve ter sido um pesadelo
para as editoras classificarem, porque me parece que a Dorothy Koomson se assume finalmente
como autora de policiais e thrillers, já que este livro tem uma vertente mais
forte dentro desse género do que os anteriores. Mas não me espanta. Era esse o
caminho que ela nos indicou com os últimos livros. Acho, aliás, fabuloso poder
acompanhar uma autora no seu caminho de autodescoberta.
Relativamente à história, posso dizê-lo que enquanto fã de
policiais ela preenche todas as medidas. O enredo é cativante e está muitíssimo
bem organizado sem que, no entanto, dêmos por isso, visto que a ideia de haver
uma certa confusão sobre os factos é primordial para que a ação se desenvolva
no sentido correto. As personagens, como sempre, são riquíssimas, incluindo as
secundárias. Adorei a personagem principal, Nell, com as suas inseguranças e
traumas mas simultaneamente tão determinada em descobrir o caso que a assombra há 25
anos. É sem dúvida uma história que gostaria de ver no grande écran. O final, que muitas vezes pode arruinar um policial, está muito bem engendrado e faz todo o sentido! Adorei!!
Foi uma leitura compulsiva e devorei este livro mais rapidamente
do que o normal. Confesso que me senti orgulhosa ao ler esta autora que tanto
acarinho e acompanho desde o princípio. Well done, Dorothy!