"As Flores Perdidas de Alice Hart" de Holly Ringland (OPINIÃO)

Há muitas formas de qualificar uma leitura. Pela qualidade da escrita, pela profundidade do tema, pela riqueza das personagens, sei lá, até pela encadernação! Mas há algo que não se pode deixar de lado - o quanto um livro nos toca, mexe connosco, nos faz vibrar. Nesse sentido, para mim, "As Flores Perdidas de Alice Hart" merece uma pontuação excecional. Na minha modesta tabela, iniciada há uns anos, de 1 a 5 estrelas, tenho de atribuir as 10 estrelas a este livro.

A história é absolutamente extraordinária, está contada na perfeição e as personagens são maravilhosas. A juntar a isto, temos uma encadernação adorável, uma capa fora de série e um interior de uma riqueza visual primorosa. Mas acima de tudo, foi uma leitura que me emocionou e profundamente. Como não atribuir a pontuação máxima?

Escrito por uma autora de primeira volta, "As Flores Perdidas de Alice Hart" contem um pouco de tudo. Uma história sobre flores, fogo e família.

Alice Hart tem nove anos e vive isolada com os seus pais, numa zona costeira da Australia. Alice ama a sua mãe e não consegue entender as bruscas mudanças de atitude do seu pai. Quando a conhecemos está sentada na sua secretária feita de eucalipto a pensar como poderá lançar fogo ao pai. Assim, tal como certas plantas, o pai poderá renascer e florescer e talvez deixe de ser o homem violento controlador que está a destruir o seu lar e a apagar a luz da sua mãe.

Após a catástrofe atingir os Hart, Alice vê-se sózinha no hospital e acaba por ir viver com uma avó que nem sabia que existia, em Thornfield, uma quinta de flores nativas. Ali, ela recupera aos poucos do trauma e simultaneamente vai integrando a sociedade de mulheres sobreviventes que trabalham e vivem em Thornfield.

Anos mais tarde, Alice terá de enfrentar o seu passado e partir à procura de si própria, mas não sem antes aprender o negócio de família que lhe corre no sangue: o saber das flores.



E mais não vos posso contar. Até acho que já contei demais! Mas queria que percebessem um pouco do que se trata o livro. Abordando a linguagem das flores nativas da Austrália, abraçando as lendas e contos aborígenes, e levando-nos a lugares incríveis, a autora escreve com a delicadeza de uma borboleta a beijar uma flor, suavizando assim algo que é tão difícil de contar. É assim, quando se escreve com alma.

Um livro verdadeiramente excecional que não podem deixar de ler!

Podem começar a ler aqui as primeiras páginas.


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