"A Menina que Roubava Morangos" de Joanne Harris (OPINIÃO)

Por vezes, quando fechamos um livro cujas personagens nos conquistaram, ou cuja história nos encantou, é difícil dizer-lhes adeus. E ficamos a imaginar as suas vidas para lá da última página. Gostaríamos de ler mais, de saber mais, de continuar a acompanhar as suas vidas. Na maioria dos casos, a história fica mesmo por ali. Mas por vezes temos sorte. Esta é uma dessas vezes.

Joanne Harris leva-nos de volta a Lasquenet-sur-Tannes e à vida de Vianne Rocher. Esta personagem, que para mim ficou para sempre ligada à atriz Juliette Binoche (e Roux a Johnny Deep), havia regressado àquela pequena vila no sul de França no último livro da saga (O Aroma das Especiarias), após uma estadia em Paris (Sapatos de Rebuçado). E é realmente uma delícia poder calcorrear novamente aquelas calçadas, rever personagens e conhecer os novos intervenientes que vêm perturbar a paz desta vila à beira-rio.

Mas muito mudou em Lansquenet-sur-Tannes. E muito ainda irá mudar. Para acompanhar e, como sempre, tentar controlar esse mudança, está Vianne, agora um pouco mais sensata, um pouco mais realista. Anouk, vou do ninho. Resta-lhe a maravilhosa Rosette, ainda uma criança, mas já com 16 anos. É nela que a história se concentra e com ela vamos voar.

A escrita de Joanne Harris é maravilhosa, como sempre. Um pouco maus madura, mais ponderada, mas igualmente arrabatadora. Ler um novo livro de um autor que tanto amamos é como regressar a casa. E sim, com esta Menina que Roubava Morangos, regressei a casa.

Recomendo, sem hesitações. Não sei se será o final da saga Chocolate, mas se for, sinto-me em paz com isso.

«Os filhos não são nossos para sempre, mas nossos para os dar ao futuro.» 
A Menina que Roubava Morangos, Joanne Harris



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