Opinião: "O Comboio das Crianças" de Viola Ardone

"O Comboio das Crianças" aborda uma das grandes histórias esquecidas do pós Segunda Grande Guerra
. Numa altura em que o sul de Itália atravessava uma grande pobreza, foram levadas a cabo algumas iniciativas de adoção das crianças de Nápoles por famílias de classe médias-alta do norte de Itália.

Amerigo Sperenza é um menino de 7 anos cuja mãe toma a difícil decisão de o enviar num desses comboios com milhares de outras crianças como eles, para passarem uns tempos com famílias do norte dispostas a acolhê-los. Lá, como tantos outros, Amerigo conhece finalmente uma vida sem fome, sem frio e sem dificuldades. Através do seu olhar ficamos a conhecer a Itália do pós guerra, a Itália que renasce das cinzas com um novo fôlego. Conhecemos igualmente as diferenças entre o norte e sul, e a dor de abandonar tudo o que conhecemos para finalmente tentarmos encontrar o nosso destino. As escolhas que Amerigo faz acabam por lhe condicionar a vida, e isso é comprovado quando a narrativa salta umas décadas e vimo-lo a encontrar já adulto.

Muito longe de ser um relato lamechas, este é um livro essencialmente sobre a pobreza, o amor e as difíceis escolhas que por vezes temos de tomar. Uma leitura excecional com a qual aprendemos um pouco mais sobre uma época difícil onde cada escolha pode significar a vida ou a morte. Recomendo.
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