Opinião: "Alguém para Tomar Conta de Mim" de Yrsa Sigurdardottir

Andava com vontade de ler um policial, mas nada muito hollywoodesco. Como ando a ver alguns filmes e séries nórdicas, lembrei-me de procurar um livro que viesse dessas bandas. Deparei-me então com esta capa, que me fez lembrar um filme sueco que vi recentemente (Red Dot - se não viram, recomendo!). E foi assim que chegue a esta autora islandesa de policiais, Yrsa Sigurdardottir. 

A sinopse, confesso, também me cativou de imediato. Ora leiam:

«Um jovem adulto com síndroma de Down foi condenado por ter ateado fogo às instalações do lar de cuidados continuados em que vivia, provocando um incêndio que causou cinco mortos. Porém, um dos ocupantes da ala psiquiátrica de segurança em que agora se encontra vai contratar Thóra para provar que Jakob está inocente.

Mas se não foi Jakob o autor do crime, quem será? E de que forma é que o múltiplo homicídio estará ligado à morte de uma jovem mulher por atropelamento e fuga?»

E assim iniciei a leitura deste livro.

Gostei bastante da escrita da autora. Clara, descomplicada e bem organizada, o que é muito importante quando se trata de policiais. Por vezes a falta de organização é o suficiente para dar cabo de um livro. Mas não é o caso aqui. Apesar de inúmeros personagens, (temos as vítimas, os familiares, os funcionários, a investigadora e a sua família, etc, etc, etc), e dos seus nomes fora do normal para mim, não me perdi nem um pouco na história. Um verdadeiro puzzle todas as peças têm o seu lugar. 

Aprendi um pouco sobre o autismo e algumas das terapias relacionadas com a síndrome, apesar de estarem certamente um pouco desatualizadas, dado o ano em que se passa a ação. Em 2010 a Islândia estava em plena recessão económica, e a autora incorpora esse facto na história, tornando-a ainda mais interessante e realista.

Ao que parece este livro é o quinto de uma série relacionada com a protagonista principal, Thóra Gusmundsdóttir. Gostei imenso de a conhecer e fiquei curiosa sobre o seu percurso. Um destes dias, se calhar, pego noutro livro da série.

Foi uma leitura algo refrescante, fora do habitual, e perfeita para a época, com os nossos céus nublados a darem o tom certo às páginas deste livro.


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