"Ervamoira" de Suzanne Chantal

Ainda há relativamente pouco tempo comentava em conversa com uns amigos que tinha imensa pena de não termos obras como as de Colleen McCullough, que contassem a saga de uma família portuguesa de uma forma apaixonante, mas que ao mesmo tempo aprofundassem a história do nosso próprio país. É claro que já se encontram alguns exemplares do género, mas geralmente ou abordam uma história mais recente (desde a nova república até aos dias de hoje) ou então são absolutamente maçudos, perdendo-se a magia do romance na História em si.
Fiquei portanto curiosíssima quando percebi que este livro, Ervamoira, nos contava a história de uma família do Douro durante século e meio, desde 1809 a 1967, ao mesmo tempo que a integrava na História de Portugal, começando exactamente com as invasões napoleónicas e o desastre da Ponte das Barcas.
É sem dúvida um livro extraordinário, muitíssimo bem escrito, que nos envolve na vida daquela família de uma forma fantástica. Damos por nós a apaixonarmo-nos pelo Douro, pela cultura do Vinho do Porto, pela festa das vindimas, pela luta contra a modernização da produção, e a indagarmo-nos sobre o controlo inglês.
Fiquei foi deveras admirada quando percebi que a autora era francesa! Mas a explicação rapidamente surgiu: Suzanne Chantal não só foi correspondente em Portugal nos anos 40, como é casada com um jornalista português, José Augusto dos Santos.
“Ervamoira” é um livro admirável, riquíssimo no seu rol de personagens e de acontecimentos, que me proporcionou um prazer inesquecível e com o qual aprendi imenso.
A Quinta da Ervamoira ainda hoje subsiste no Douro, pertença da família Ramos Pinto desde 1974 e passível de ser visitada. Uma óptima sugestão para uma escapadinha de fim-de-semana. ;)

Sinopse:
A apaixonante história dos Castro Avilez entrelaça-se com a história do Vinho do Porto e de Portugal. Durante um século e meio (de 1809 a 1967), a saga da família atravessa as trágicas invasões napoleónicas e o desastre da Ponte das Barcas, passando pelo faustoso ambiente da corte francesa e por um baile real no Palácio da Bolsa, no Porto. No coração do Douro, entre os áridos socalcos e os rabelos pesados de vinho, Leonardo de Castro, o patriarca da família, um humilde secretário de um negociante de vinhos, transforma-se num empresário da indústria vinhateira, travando conhecimento com o influente Barão de Forrester. De Leonardo de Castro a Nathalie, que vem conhecer o Porto em 1966, seguimos, de geração em geração, a vida e o desenvolvimento da família com os seus sucessos, dramas, alegrias, celebrações e destinos.
Suzanne Chantal sabe cativar-nos com os seus heróis, fazendo-nos penetrar no ambiente e no cenário onde eles vivem, em particular em Ervamoira, uma propriedade no Alto Douro, região consagrada à cultura da vinha. A autora tece a ficção e a realidade para construir um romance e uma família que sentimos como nossos até à última linha, até à última palavra...
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