Uma história que envolve uma livraria é sempre apelativa para um amante de livros. No entanto, "A Livraria", apesar de envolver uma loja que vende livros, e cujo ambiente nos é apelativo, é também uma história sobre a injustiça que acabou por me pôr fora de mim. É bom quando um livro nos provoca algo que não a indiferença, não concordam? ;)
Penélope Fitzgerald revela-se uma autora no mínimo, habilidosa. Este livro compacto, é simples, directo e completo. Não há lugar para dramatismos nem sentimentalismos. Ela limita-se a contar uma história, apresentando inicialmente o local onde irá desenrolar-se a acção, introduzindo sucintamente as personagens com as quais a principal irá interagir, e atacando de imediato a narração da história.
Num crescendo interessante, acompanhamos a frustração de Florence, a dona da livraria, que luta contra a (in)consciência mesquinha e facilmente influenciável de uma pequena vila, que apesar de necessitada, luta contra a existência da sua pequena livraria.
Devo apenas acrescentar que adorei a personagem de Florence Green, a dona da livraria. Uma mulher simples e decidida, que apesar de derrotada no final, sabemos que não irá baixar os braços tão facilmente e que em breve reerguer-se-á noutro local, quiçá diferente, mas sem dúvida mais forte ainda.
Uma preciosidade da literatura inglesa a não perder.
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