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A verdade é que não é a primeira nem a segunda vez que um livro da Jodi me põe assim. É um dom que ela tem. ;) Não o de me irritar, obviamente, lol, mas o de nos arrastar de tal forma para o meio da história que não conseguimos evitar envolvermo-nos intensamente.
Intensas, uma palavra perfeita para definir as suas histórias. Envolventes, polémicas, actuais. Histórias e personagens que não nos deixam indiferentes, que nos fazem tomar partido, que nos suscitam os mais diversos sentimentos.
Durante a leitura deste livro fui assolada por um sentimento de impotência tremendo. De tal forma que cheguei a ter pesadelos! O livro ocupava a minha mente durante a maior parte do dia e era com grande dificuldade (e alguma ocasional birra, lol) que interrompia a sua leitura.
O tema, como podem ler na sinopse, não é dos mais fáceis. Mas os temas que ela escolhe nunca o são. Um rapaz com a síndroma de Asperger é acusado de um crime. Nós percebemos o que aconteceu, mas mais ninguém percebe. Aliás, andam todos à volta da questão sem nunca a colocar em causa, sem nunca perguntar realmente o que aconteceu. Quando era tão fácil. Tão simples! É essa a parte irritante em que dá vontade de saltar para dentro do livro e desatar à bofetada. lol
As personagens são, também como habitualmente, muito intensas, e a forma como a narrativa é feita (um capítulo para cada personagem, com os seus pensamentos, os seus sentimentos, a sua forma de ver o que se passa) leva-nos a entender perfeitamente cada uma delas, a pôr-mo-nos no seu lugar.
A personagem que mais me conquistou foi inequivocamente, a mãe de Jacob, Emma. Cada capítulo em que é ela a narrar é uma verdadeira mina de sentimentos e de emoção.
Reparem neste pedacinho na pág. 189 em que ela nos fala sobre ser uma mãe perfeita:
«As Mães verdadeiras interrogam-se porque razão os especialistas que escrevem para as revistas Parents e Goodhousekeeping (...) parecem ter sempre tudo sob controlo, quando elas próprias mal conseguem manter a cabeça à tona nos mares encapelados da maternidade.
As mães verdadeiras não se limitam a ouvir, humildemente envergonhadas, a senhora idosa a dar conselhos não solicitados na fila da caixa quando uma criança está a fazer uma birra – agarramos nela, largamo-la no carrinho de compras da senhora e dizemos: “Óptimo: talvez a senhora seja capaz de fazer melhor.”
As mães verdadeiras sabem que não faz mal comer piza fria ao pequeno almoço.
As mães verdadeiras admitem que é mais fácil falhar do que ser bem-sucedido nesta missão.
(...)
Fiquem tranquilas, mães verdadeiras. O simples facto de se preocuparem por serem ou não boas mães... significa que já o são...»
Percebem o que eu digo?
A verdade é que a Jodi Picoult escreve com alma. E nós lemo-la com coração. Não há mesmo outra forma de o fazer.
Um livro estrondoso que merece ser lido, que merece ser sentido.
Sinopse:
Jacob Hunter é um adolescente: brilhante a Matemática, sentido de humor aguçado, extraordinariamente bem organizado, incapaz de seguir as regras sociais. Jacob tem síndrome de Asperger. Está preso no seu próprio mundo – consciente do mundo exterior e querendo relacionar-se com ele. Jacob tenta ser um rapaz como os outros mas não sabe como o conseguir. Quando o seu tutor é encontrado morto, todos os sinais típicos da síndrome de Asperger – não olhar as pessoas nos olhos, movimentos descontrolados, acções inapropriadas – são encarados pela Polícia como sinais de culpa. E a mãe de Jacob tem de fazer a si própria a pergunta mais difícil do mundo: será o filho capaz de matar?
Críticas de Imprensa:
“Inteligente, obsessivo: No Seu Mundo é um dos melhores livros de Jodi Picoult.”
USA TODAY
“O soberbo romance de Jodi Picoult faz-nos habitar a solidão de Jacob e viver a sua angústia.”
WASHINGTON POST
“Nunca é exagerado salientar a grande escritora que é Jodi Picoult.”
THE FINANCIAL TIMES
“Impossível parar de ler. Ficou na minha mente muito depois de ter acabado.”
OBSERVER
“A autora […] está no seu auge, brilhante e absorvente […] É impossível não se deixar envolver por este drama intrincado e fascinante.”
COSMOPOLITAN