"Para Além da Razão" de Anna D'Almeida

Este livro foi uma verdadeira surpresa! Estava na minha estante, por empréstimo da minha amiga Ana há já alguns meses, e finalmente há dois dias atrás, chegou a sua vez. Sei que a autora é uma Bookcrosser muito simpática, que tive o prazer de conhecer pessoalmente. O que eu não fazia a ideia era da maturidade da sua escrita e o quão envolvente a sua narrativa se tornaria para mim.
Temos uma história que nos recorda de algum modo a época vitoriana, onde reinava o romantismo trágico de entre os diversos géneros literários. 
Toda a narrativa prima por uma simplicidade flagrante, as partes descritivas não maçam, bem pelo contrário, ajudam a situar a acção, e esta desenrola-se com um bom ritmo, não havendo partes mornas ou menos interessantes. Enfim, tudo entra em conluio para conquistar o leitor.
Uma leitura excelente que recomendo. 
Hei-de bisbilhotar novos livros desta autora que é sem dúvida uma promessa nacional.


Muito obrigada Ana, não só pela dica como pelo empréstimo. ;)


Sinopse:
Herdada ao longo de gerações e melhorada por cada uma delas, a Quinta do Lago apaixonava todos os que algum dia tinham tido o privilégio de a conhecer.Contava a história pela boca dos camponeses, que há muitos e muitos anos atrás, um dos mais antigos antepassados dos Vaz, em viagem para o Sul, se havia perdido no caminho, descobrindo por acaso aquele monte Alentejano beijado por um lago maravilhoso de águas verdes e azuis, que hoje dava o seu nome à Quinta.Encantado com aquela terra quente de paisagens sem fim e apaixonado perdidamente pelo Lago, ele decidira abandonar os seus negócios, vendendo tudo o que possuía, para assim conseguir comprar todas as terras que a sua vista conseguia alcançar. Depois de ter gasto quase todo o seu dinheiro naquelas terras, só conseguiu construir uma casinha pequenina, que veio a revelar-se simples demais para a sua família que em pouco tempo o abandonou.Sozinho com o seu lago e as suas terras, dedicou os seus dias a viver o sonho que o levara até ao Alentejo. Anos de trabalho passados, e a terra recompensou-o pelo seu amor, trazendo-lhe prosperidade e riqueza.Com medo da solidão o Vaz voltara a casar-se e o destino atento ofereceu-lhe o herdeiro tão desejado. Mas apesar de ter uma família feliz que o estimava e respeitava, o seu verdadeiro amor continuou fiel aos montes ondulante e ao lago espelhado, e persistiu em dedicar os restantes dias da sua vida a proteger e cuidar aquela paisagem que o enfeitiçara.Dizia-se que tinha sido tal a paixão que assolara o coração daquele homem, que lhe invadiu o sangue, continuando assim viver até aos dias de hoje nos seus descendentes, que tal como ele nunca tinham conseguido abandoná-la, dedicando toda a sua vida a protegê-la. Acreditava-se que, algures no tempo, o encantamento virou maldição. Cegos de amor pelo brilho do lago, os Vaz tornaram-se incapazes de amar verdadeiramente uma mulher. Casavam na conquista de um herdeiro que continuasse a sua missão de vida, e condenavam as suas mulheres a uma vida infeliz de solidão. Nas diferentes gerações, quando existiam vários filhos, de maneira inexplicável, acabava por só restar um filho homem no momento da morte do pai. Muitos especulavam que era a única forma de garantir que as terras permaneciam unidas e que um novo homem vivia para as proteger.As diferentes versões que sobreviveram na memória perpétua do povo, dividiam-se entre aqueles que acreditavam na lenda e aqueles que acreditavam que era apenas o percurso normal da vida de uma família. Maldição ou destino?
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