Apesar de não ser muito comum, acontece com alguns de nós conservarmos
ao longo de muitos anos uma amizade que surgiu na nossa infância. Por sinal sou
uma dessas pessoas, e considero-me abençoada, pois essa minha amiga, que na
verdade já é família, é realmente uma pessoa muito especial, talvez a melhor
pessoa que eu conheço, que vê o melhor nos outros e fá-lo sobressair. (Obrigada
Ana, por existires na minha vida!)
As amigas de verão deste livro poderiam ter tido uma amizade
assim. Mas se calhar o livro não tinha tanto interesse…
É engraçado acompanhar a evolução de Caitlin e Vix, e
perceber como funciona a mente e o coração de cada uma. Parece-me que Judy
Blume é uma entendedora exímia da natureza humana e da mentalidade e ações de
uma adolescente. Explora com delicadeza todas as dúvidas e receios, todos os sonhos e desejos, todas as dores de crescimento que só uma amizade de infância nos ajuda a ultrapassar.
Não há dúvida que Caitlin e Vix não poderiam ser mais diferentes,
mas de algum modo, e sempre que se encontram ao longo dos anos, elas parecem
completar-se. No entanto, nem tudo é como parece…
Gostei muito do tipo de escrita de Judy Blume, e achei a
maneira como ela nos conta a história muito cativante e original. Simples mas envolvente, direta mas simultaneamente subtil.
Uma das críticas internacionais falou em tapeçaria de
personagens, e julgo que essa ideia descreve realmente a forma como a autora
nos apresenta as personagens do seu livro. Fio a fio, personagem a personagem,
vai construindo uma tapeçaria de grandes dimensões que nos tira o fôlego ao
chegarmos ao fim e admirarmos toda a obra.
É uma leitura de verão que de banal só tem o nome.
Muito bom!
Para mais informações sobre este livro podem espreitar aqui ou visitar o site da ASA ou o blog Livros Com Sentido