“As Luzes nas Casas dos Outros” é, tal como o próprio título,
um romance peculiar.
Mandorla é uma criança especial, com várias famílias, ao
invés de uma, que cresce à medida que vai vivendo do 1º ao 5º andar de um prédio
numa rua em Itália.
A questão aqui apresenta-se logo na sinopse, pelo que não há
o perigo de vos estar a revelar demasiado sobre a história. Mandorla é filha de
Maria, que morreu num súbito acidente de viação. Não se conhece no entanto quem
é o seu pai, mas após a revelação através de uma carta deixada por Maria, fica-se
a saber que este deverá ser um dos habitantes do prédio situado na Rua Grotta
Perfetta. Numa das originais reuniões de condomínio, os habitantes do prédio, decidem
assumir a responsabilidade conjunta sobre Mandorla, evitando deste forma um
eventual desmoronamento de uma das famílias do prédio.
É interessante acompanhar o crescimento de Mandorla, as suas
ternas considerações sobre a vida e sobre o mundo. Mas é também muito
interessante verificar como cada família interage com esta criança que todos
consideram como sua e a bagagem que ela trás consigo, incluindo a incógnita do
futuro.
Por entre as palavras estranho e peculiar, surgem outras
palavras, como fenomenal, enternecedor, cativante e original. Não me admiraria
nada se alguém pegasse nesta história tão original e a transformasse num filme,
muito ao jeito de “O Fabuloso Destino de Amélie Poulin”.
Muito bom!
Para mais informações sobre este livro podem espreitar aqui ou visitar a página do livro no site da Porto Editora.