Costumo a dizer que não sou uma aficionada de livros históricos (embora muitas vezes me tenham provado que não é bem assim! lol), mas a verdade é que gosto de
intercalar um ou outro deste género nas minhas leituras. Quando o livro aborda
a história de Portugal e ainda por cima o autor escreve na língua de Camões,
para mim é ouro sobre azul.
Na verdade, acho que nunca li um livro como este, que me
levou a viajar até à época de D. Dinis e à forma como o comum dos mortais vivia
nesses tempos. A influência da Igreja, o abuso do poder por parte da nobreza, a
fome e as dificuldades pelas quais passava o povo. As personagens são
fascinantes por soarem tão reais e por se tornarem tão “nossas”. Adorei a forma
como o autor incorpora os pensamentos, moralidade e convicções de cada uma
delas na narrativa. Lindo!
Mas na realidade, o mais fascinante deste livro, e que a meu
ver merece todo o crédito e destaque, é percebermos como era construída uma
vila em Portugal naquela época. Pedra a pedra, cada muralha, cada edifício,
construídos com suor e sangue e extrema dedicação, são ainda hoje encontrados
em todas as cidades deste nosso Portugal. Era assim que eram construídos e
ainda hoje muitos deles se mantêm orgulhosamente de pé.
Adorei ler A Princesa do Corgo e a grande vontade que este
livro me deixou foi revisitar a cidade que aprendi como foi construída, Vila
Real, e vê-la certamente com outros olhos, talvez procurando em cada esquina
alguma das personagens que enriqueceram a história.
Os meus sinceros parabéns a Emílio Miranda pelo seu
excelente trabalho de pesquisa e pelo amor que notoriamente devota às letras.
Muito obrigada por me ter lançado este desafio!
Para mais informações sobre este livro espreitem aqui ou visitem o site do autor.