“O Fotógrafo da Madeira” de António Breda Carvalho é um livro
que não pode passar despercebido no círculo de leitores portugueses. Porque na verdade
um bom livro é aquele que nos espevita a curiosidade, nos ensina e ao mesmo tempo
nos conquista a alma. E esta foi realmente uma leitura que me conquistou em absoluto.
Apesar do aviso do autor no inicio, a realidade mistura-se com
a ficção, e chegamos ao final com a esperança de que as personagens de papel
tenham sido inspiradas em personagens reais. O percurso de Afonso Elias Ayres
Drummond e a postura com que é apresentado não pode ser apenas fruto da
imaginação. Uma personagem tão extraordinária deverá ter sido certamente inspirada
em dois ou três personagens reais. Pessoas com ideais mais altos que lutaram em
prole de um povo e influenciaram o modo de pensar de uma população. Quero
acreditar nisso!
António Breda Carvalho faz parecer que escrever é simples. Cativa-nos
com a sua forma de escrever e com a maneira como envolve o leitor. Julgo que a
grande riqueza deste livro é mesmo essa, a facilidade com que entramos na história
e naquela época. O autor entrelaça a história da Madeira com o desenrolar de um
romance, à partida condenado pela diferença social.
Adorei cada pedacinho deste romance ao mesmo tempo que
relembrava o que aprendi na escola e com outras leituras sobre a História de
Portugal.
Tenho apenas um ponto a apontar: a rapidez com que se deu o
desfecho, que apesar de tudo o sabíamos como sendo a única solução.
Não obstante, foi uma leitura extremamente interessante, com
a qual aprendi imenso e me fez pensar que a actual realidade política e social
apenas reflete o passado.
Recomendo!
Para mais informações espreite aqui ou visite o blog da
Oficina do Livro.