Quando lemos um novo livro dos nossos autores favoritos é
quase como voltar a casa. A escrita, que tão bem reconhecemos parece que nos
faz aconchegar melhor na leitura, entrar mais facilmente na história para a
apreciarmos com a certeza de que não nos vamos desiludir. No entanto, há
surpresas. Neste caso, meus caros, a surpresa foi bastante agradável.
“Jogos
Cruéis” de Jodi Picoult (Salem Falls, no original) foi publicado em 2001,
embora, acreditem, o tema não deixe de ser atual. E o que encontrei em Salem
Falls não foi tanto uma história sobre uma pequena vila e um homem que é (ou não)
falsamente acusado de violação, mas sim o resumo da escrita desta autora que eu
tanto admiro. Vou tentar explicar: nesta história encontramos certos pormenores
que caracterizam tão bem os livros que ela escreve – para além dos grandes
temas, fortes, polémicos e sempre atuais; há as batalhas legais, cenas de
tribunal, o papel dos advogados; depois o misticismo ou religião e até o
sobrenatural! Acreditem, depois de ler este livro só me deu vontade de voltar a
ler tudo o que ela escreveu a seguir. Um dia talvez o faça. 😉
Entretanto, sobre a história, como sempre ela mexe com os
nossos sentimentos, mantendo-os à flor da pele durante toda a narrativa.
Faz-nos mudar o nosso ponto de vista quase a cada capítulo, e mantém-nos em
suspense mesmo até ao fim. Mesmo assim, quando tudo se resolve, ela termina o
livro com um pormenor bombástico (mesmo na última frase!) que nos faz querer:
1.º Mandar o livro à parede:
2.º Ir buscar o livro de onde o mandámos e relê-lo.
Não há mais nada a dizer. Esta mulher mata-me.
P.S. Há filme. Tipo telefilme, e já com alguns anitos. Mas
está disponível no You Tube com o título Salem Falls.