OPINIÃO: "António Variações - Entre Braga e Nova Iorque" de Manuela Gonzaga

De vez em quando gosto de ler biografias. E existem algumas que quase são obrigatórias. Esta, meus caros, é uma delas. Já para não falar que queria conhecer mais a história deste homem antes de ver o filme, que deve estrear ainda este ano.

António Variações é uma figura incontornável da história da música portuguesa. Eu tinha 10 anos quando ele morreu, e lembro-me de alguma coisa, principalmente da sua irreverência, ou não fosse o meu pai um ultra-conservador. Tinha, no entanto, e talvez por isso mesmo, uma ideia completamente diferente deste homem que foi percursor de modas e liberdades musicais nunca vistas até então no nosso pequeno Portugal.

Também nunca tinha lido nada de Manuela Gonzaga, que escreve num tom quase académico, mas que brilha ao falar, não só do homem em si, mas também, e tão importante quanto ele, da conjuntura portuguesa daquela época. Desta forma é-nos, enquanto leitores e aprendizes, facilitada a perceção da importância que António Variações foi para o nosso país.

Toda a gente pode ir à Wikipédia ler os dados biográficos mais importantes de Variações, mas neste livro, pela voz de quem o conheceu e com ele privou, família, amigos e conhecidos, ficamos a conhecê-lo mais profundamente. É esse António compartimentado que descobrimos. Um homem exigente e intransigente, que apesar de não saber uma só nota de música, nem tocar nenhum instrumento, criou músicas que nos acompanham até aos dias de hoje.


Adorei esta leitura. Não só fiquei a conhecer um pouco melhor o génio que foi António Variações, como pude caminhar de mão dada com a autora, pela Lisboa da minha infância.
Obrigada, Manuela Gonzaga.

P.S. Só tenho pena que não tenham colocado algumas fotografias no livro. Era algo que a meu ver o enriqueceria imenso.



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