O mote é simples: uma idosa de 96 anos que ainda vive sozinha, embora com acompanhamento de um serviço social, tem passado os últimos tempo a recordar e a escrever, numa pequena agenda, histórias da sua vida. E que vida!! Ela viveu em Estocolmo, onde trabalhou como criada na casa de uma mecenas de diversos artistas, entre eles Gösta Adrian-Nilsson, que por curiosidade era tio avô da autora deste livro. Depois, com a sua senhora, rumou a Paris onde foi "encontrada" por um dos grandes nomes da moda e com quem iniciou a sua carreira de modelo. E tudo isto numa altura onde o nazismo começava a dar sinais de vida.
O relato vai saltitando entre o presente e o passado, e aos poucos vamos conhecendo a vida de Doris e sua visão de uma Europa à beira de entrar na Guerra. Simultaneamente, conhecemos também a sua frágil atualidade, que Doris não quer abandonar até conseguir passar o testemunho do que viveu à sua sobrinha-neta, com quem tem um contacto diário via Skype.
Este pequeno livro revelou-se numa história maravilhosa, sobre a vida e os vários tipos de amor que a preenchem. Um verdadeiro conto agridoce repleto de pequenas pérolas de sabedoria, que nos recorda o quão importante é a passagem de testemunho entre gerações. Com o passado, descobrimos mais sobre o presente, e aprendemos a lidar com o futuro.
Adorei. E recomendo. É uma excelente ideia para prenda deste Natal que se aproxima.