Opinião: "Um Verão Especial" de Elin Hilderbrand

Já li alguns dos livros de Elin Hilderbrand publicados em Portugal e este é de longe o que mais gostei! Uma leitura perfeita para estes dias estranhos em que tentamos a todo o custo que se assemelhem à normalidade dos anos anteriores.

O livro aborda a história de uma família americana de classe média/alta durante as férias de verão que habitualmente passam em Nantucket. Cada membro da família é dissecado minuciosamente pela autora, dando-nos a conhecer os seus problemas, crises, desejos e sonhos. O mais interessante da forma como a história está construída tem a ver com o ano em que se passa a ação, e que está presente no título em inglês – Summer of 69.

1969 foi sem dúvida um ano repleto de acontecimentos relevantes na história dos Estados Unidos da América. A presidência de Nixon, as manifestações contra a guerra no Vietnam, o primeiro homem na lua, o acidente de Ted Kennedy na ponte de Chappaquiddick, e claro, Woodstock. A autora consegue incorporar todos estes acontecimentos no dia-a-dia da família Foley/Levin, e fá-lo tão naturalmente que nem parece ter sido propositadamente.

Adorei ler este livro. É daqueles que não se centram num acontecimento específico, nem numa personagem em concreto, mas num ano da vida de uma família, que podia muito bem ser a nossa. E ao acompanharmos a história de cada um dos membros dessa família, não só os ficamos a conhecer como quase os consideramos de amigos e queremos saber mais sobre eles. 
Adorei, já vos disse? Uma excelente leitura de verão que merece as minhas 9 estrelas!!


P.S. Dá para perceber bem porque esta autora é conhecida como a Rainha do Verão. ,)

Opinião: "O Pai da Chuva" de Lily King

Há alguns anos comprei este livro por puro capricho. Adorei o título e a capa. Nem sequer li a sinopse, acreditam? Bem, entretanto esteve na minha estante à espera de uma oportunidade, que entretanto chegou.

É um livro excecional. Foi uma surpresa maravilhosa descobrir esta autora.
A escrita é extraordinária, e a história fascinante. Aborda um dos meus temas favoritos, as relações familiares, neste caso específico, a tumultuosa relação entre pai e filha, após divórcio dos pai.
Nem sempre as relações entre os progenitores e os seus filhos são caminho fácil e as coisas complicam-se com uma facilidade incrível. E se adicionarmos um ou outro vício, o problema ainda se adensa mais. Quantos de nós não têm mágoas, tristezas e desilusões por causa de um pai ou de uma mãe. Conheço muitas histórias e talvez por isso foi tão interessante descobrir esta, fictícia, e tão bem explorada. A autora consegue transmitir-nos o quadro todo, ajudando-nos a perceber as várias nuances de uma relação que se foi deteriorando ao longo dos tempos. Para além disso, é uma história bem situada na História, e vamos acompanhando a vida de Daley desde o impeachment de Nixon até à eleição de Obama.

A escrita de Lily King é extraordinária. Perceptiva, fascinante e realista, ela consegue cativar-nos e manter-nos presos à narrativa, tentando seguir o percurso daquelas personagens simultaneamente disfuncionais e fascinantes.

Foi uma leitura fascinante para este regresso à normalidade (quase).

Gostava imenso que se publicasse o outro livro desta autora que andei a bisbilhotar: Euphoria. Promete.

Espreitem a sinopse aqui.

Em destaque: "O Comboio das Crianças" Viola Ardone

Esta é a história esquecida das crianças napolitanas acolhidas e salvas pelas famílias italianas do Norte, após a Segunda Guerra Mundial.

Sinopse:
Nápoles, 1946
Amerigo, um menino de sete anos, deixa a vida que sempre conheceu em Nápoles e parte num comboio. Não sozinho, mas no meio de milhares de outras crianças do Sul de Itália que atravessam o país para passarem alguns meses com uma família do Norte, enquanto a sua terra natal se reconstrói do caos e da destruição. Com o espanto típico de uma criança de sete anos e a astúcia de um rapaz de rua, Amerigo mostra-nos uma Itália que renasce da guerra e conta-nos como, mesmo renunciando a tudo - até ao amor da própria mãe -, é nessa viagem que descobre o seu verdadeiro destino. Um romance apaixonante sobre uma pequena testemunha de uma Grande Guerra e da sua luta pela sobrevivência e pelo amor.
O fenómeno italiano vendido para 25 países que irá derreter o seu coração.

Críticas de Imprensa:
Viola Ardone mergulhou as mãos na história mais dolorosa da sua cidade. Passou a pente fino o dialeto e a mentalidade daqueles tempos, reconstruindo o cenário perfeito para um romance enorme sobre o poder da escolha. Porque aquilo de que Amerigo nos fala, quando sai do comboio, é precisamente do momento em que as duas metades da sua vida se separam, obrigando-o a tomar uma decisão. Uma decisão importante, definidora da sua identidade. La Stampa

Viola Ardone toca-nos quase a ponto de nos magoar. Amerigo, dividido entre dois mundos, fará uma escolha que lhe trará consequências dolorosas, mas que dará novo sentido à sua vida. Porque a dor pode ser, acima de tudo, algo fértil. Porque o comboio da vida é movido a amor, e descarrila e chega ao destino - mas nunca para. L’Osservatore Romano

A autora confia-nos a história comovente de uma separação e solidariedade. La Repubblica

Sobre a autora:
Viola Ardone nasceu em Nápoles, em 1974. Trabalhou em edição escolar e é atualmente professora de Italiano e Latim no ensino secundário. Publicou dois romances, La ricetta del cuore in subbuglio (2012) e Una rivoluzione sentimentale (2016). Escreveu ainda uma história em verso, Cyrano dal naso strano (Editora Albe 2017), com ilustrações de Luca Dalisi. No âmbito do workshop de escrita do Instituto Penal para Menores, contribuiu para as antologias de contos La grammatica di Nisida (2013), Parole come pane (2014), Fuori (2015), Le parole felici (2016), La Carta e la vita (2017) e para o romance L’ultima prova (2018), pelo coletivo I Nisidiani.

Em destaque: "Um Verão Especial" de Elin Hilderbrand

Uma viagem pelo verão tumultuoso de 1969 
Woodstock, alunagem e direitos civis pela mão de Elin Hilderbrand

Sinopse:
Estamos em 1969 e os Levin vivem tempos de mudança. Todos os anos a família ansiava por passar o verão na casa da avó, na Baixa de Nantucket; no entanto, como em tantas outras coisas na América, este ano tudo será diferente. Blair, a irmã mais velha, vê-se presa em Boston, grávida de gémeos e incapaz de viajar; Kirby é apanhada no meio do vórtice de protestos pelos direitos civis; Tiger, soldado de infantaria, foi enviado para o Vietname; e Jessie, com 13 anos, sente se subitamente filha única e isolada naquela casa habitada pelos segredos da avó e da mãe. Enquanto o verão aquece, o Homem chega à Lua, realiza-se o Festival de Woodstock, o senador Ted Kennedy sofre um polémico acidente de automóvel e Jessie e a sua família vivem as suas próprias convulsões dramáticas, tal como o resto da nação.

Sobre a autora:
Elin Hilderbrand vive em Nantucket com o marido e os três filhos pequenos. Cresceu em Collegeville, Pensilvânia, e viajou muito antes de assentar na ilha onde vive, que serve de cenário aos seus romances. Hilderbrand formou-se na Universidade John Hopkins e foi bolseira e docente no workshop de Escrita Criativa da Universidade do Iowa. As suas obras são presença constante nas listas dos livros mais vendidos do New York Times. 

OPINIÃO: "A Última Carta" de Cecelia Ahern

Tinha imensas saudades de ler esta autora. Li praticamente todos os seus livros, e adoro as suas histórias e a forma como ela as conta. Sempre cinco estrelas!

Este livro é sim a continuação da vida de Holly, que conhecemos de coração partido quando perdeu o seu marido Gerry em P.S. Amo-te. Li-o janeiro de 2007. Há 13 anos, acreditam?!?! É capaz de ser uma das minhas histórias românticas favoritas, porque lembro-me que me fez chorar e rir, uma mistura explosiva para um livro. Também gostei imenso do filme (com o Gerard Buttler e a Hillary Swank) e até não o achei nada mau em comparação com o livro, o que até é de admirar.

Bem, sobre este novo livro "A Última Carta" (no original Postcript) passaram-se sete anos desde que Holly leu a última carta de Gerry. Conseguiu continuar com a sua vida, embora a mesma esteja agora, de alguma forma, estagnada. Quando a sua irmã lhe pede para fazer um podcast sobre a história de Gerry e das cartas P.S. Amo-te, Holly acede com relutância, pois tem medo de reabrir aquela ferida que o tempo ajudou a sarar. O que acontece então, ninguém esperaria. Um grupo de pessoas em estado terminal, ou quase, decidem criar um Clube P.S. Amo-te para de algum modo replicarem o que Gerry fez com Holly, com os seus entes queridos. E mais não digo!

Como devem imaginar, é uma leitura de emoções fortes. Vão-se apaixonar por algumas personagens, que vos irão partir o coração, vão rir e chorar como eu, e vão chegar ao fim da leitura, mais fortes, inspirados, e com vontade de ajudar alguém. Tal como o primeiro, este é um livro excecional! Mais até, provavelmente. Pelo menos para mim. Recomendo vivamente! Uma leitura perfeita.

Em www.bertrand.pt

O clube de leitura do meu coração.

 
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