Comecei esta leitura com grande entusiasmo, pois o que nos é importante saber, para além da Segunda Grande Guerra no seu todo, são as histórias individuais, que dão cor à História. No fundo, cada árvore, ao invés da floresta.
O tema abordado é o Kindertransport (transporte de crianças), um movimento que surgiu na Europa, no início da Guerra, em que o objetivo principal era enviar as crianças judias para locais seguros, como a Inglaterra. O livro aborda a história de Geertruida Wijsmuller-Meijer, um membro ativo da Resistência Holandesa, mais conhecida por Tante Truus, que existiu mesmo e que conseguiu salvar mais de 10.000 crianças judias.
Paralelamente, vamos acompanhando o drama de dois jovens:
- Stephan, filho de uma proeminente família judia de Viena, que se vê despojada do seu negócio e bens;
- Zophie, amiga de Stephan e filha de uma jornalista austríaca que se recusa a deixar de escrever sobre as atrocidades cometidas pelos alemães.
A cereja no topo do bolo é Adolf Eichmann, o encarregado de "limpar" a Alemanha de todos os judeus, que figura igualmente como personagem nesta história. Ele e o seu cão.
Foi interessante acompanhar a anexação da Áustria em 1938, e a campanha de reeducação levada a cabo por Hitler. É igualmente interessante o pormenor dedicado à Arte, e o que era considerado degenerado ou não pelos nazis. É um livro cheio de pormenores históricos interessantíssimos, e só por isso valeu a pena ler.
No entanto, tenho de ser sincera, não me conseguiu cativar o suficiente para fazer aquele "click". Talvez por estar à espera de uma história mais emocional e não tão factual, ou porque pura e simplesmente não foi a altura certa para o ler. De qualquer das formas é um livro que quero manter em estante. Um dia hei-de voltar a ele. Mas recomendo a quem é apaixonado pelo tema. É um livro mesmo muitíssimo interessante.