Este foi um dos livros mais difíceis que tive de ler. Tive, porque quis, claro está. Porque se só lermos coisas fáceis e simples, não crescemos, não aprendemos, não evoluímos.
Bem, de Jodi Picoult, esta autora que não é por acaso que está no meu Top 5, eu já espero tudo. Mas nunca, em tempo algum, pensei que ela fosse atingir tão perto de casa.
Por norma, quem me lê sabe que não sou fã de estragar a leitura a quem está interessado em ler o livro. Refreio-me de divulgar certos factos. Mas desta vez, não tenho como deixar de mencionar um pequeno pormenor, que irá de imediato condicionar-vos. Portanto, quem for ler o livro, não leiam esta opinião daqui para a frente.
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Gosto de entrar nas leituras sem ler a sinopse. Principalmente, se for de um autor que conheço. Por isso, fui às cegas. Nunca imaginei eu que a conjuntura em que se desenrola a história fosse a pandemia e o ano 2020, quando o mundo parou.
Todos nós ouvimos falar de histórias de pessoas que ficaram dois meses "presos" num local de férias quando tudo rebentou. E foi num desses exemplos que Jodi Picoult se baseou para construir a sua história.
Como sempre, a autora rodeou-se de gente informada, especialistas, técnicos, gente que trabalhou na linha da frente durante esse período. Daí o termos uma personagem médica, que nos relata como tudo aconteceu desde o dia em que foi registado o primeiro caso Covid positivo. Também temos personagens que sobreviveram. Casos raros de resiliência. E algures no meio de tudo, uma história. Daquelas mesmo à Jodi Picoult, que, a certa altura, nos leva a querer atirar o livro contra a parede, para depois o ir buscar a correr para continuar a ler.
Não foi uma leitura fácil. Mas foi uma leitura necessária e certa no tempo certo. Um livro brutal que todos deveriam ler. Ninguém vai ficar indiferente.
A minha mãe não morreu de Covid. Mas por causa da Covid. Há bombas que caem demasiado perto de casa.