Opinião: "O vento conhece o meu nome" de Isabel Allende

Mais um livro desta autora que não para de evoluir. Arranja sempre maneira de incluir nas suas histórias temas atuais e por vezes bem controversos, e como a exímia contadora de histórias que é, conquista-nos sempre. Sem qualquer dúvida.

Em dois locais e tempos diferentes, duas crianças de tenra idade vêem-se separadas das respetivas mães. Samuel, há 81 anos foi enviado para Inglaterra através da operação Kindertransport (grande operação humanitária que consistiu no transporte de cerca 10 000 crianças judaicas, sem acompanhamento de seus pais ou parentes, da Alemanha Nazi, Polónia, Áustria, Checoslováquia e Cidade Livre de Danzig, para o Reino Unido, com o objetivo de as colocar a salvo das políticas antijudaicas do nazismo). A segunda criança, Anita, que fugia com a sua mãe de El Salvador por temerem pela vida, é igualmente separada da mãe na fronteira entre os EUA e o México, ao abrigo das leis de tolerância zero durante a administração Trump.

As voltas que estas duas histórias dão, as personagens que entretanto aparecem, contribuindo com histórias igualmente poderosas, incluindo uma incursão interessante pelos tempos do confinamento devido à pandemia de Covid carimbam este novo livro de Isabel Allende como épico e contemporâneo.

Achei esta leitura absolutamente magnífica. Um hino contra todos os tipos de repressão contra o ser humano, cujos temas deveriam ser lidos e aprofundados por todos. Magnífico.

Em www.bertrand.pt

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