Embarquei nesta leitura porque, após ler dois livros dela, fiquei apaixonada pela escrita de Leila Slimani, e claro, porque este é a continuação do "No País dos Outros", livro que li em 2022 e dei 4 estrelas. No entanto, se o primeiro me agradou, este já não teve o mesmo efeito.
Mathilde e Amine têm neste segundo livro uma vida mais estabilizada, e até o seu amor está mais morno, o que é normal com a idade. Cederam em muitos pontos à modernidade, mas o peso da cultura e da tradição, continua colocar-lhes alguns grilhões. Principalmente a Mathilde, que continua a viver entre duas culturas, a sua, alsaciana, e a do país que abraçou, a marroquina.
Neste livro o destaque é portanto dado aos seus filhos: Aicha e Selim. Eles são os filhos da revolução, com a cabeça cheia de ideais. E se um (ela) sabe para onde dirigir o seu foco, o outro (ele) anda meio perdido ao sabor das drogas junto com os hippies europeus que deambulam por terras marroquinas. Esta era uma parte da história dos anos do amor livre que eu não fazia ideia ter acontecido.
Atravessando uma época conturbada, para Marrocos, os Anos de Chumbo (segunda metade de séc. XX) a história desta família está interligada à história deste país. E talvez por sentir que a autora se dedicou um pouco mais à segunda do que à primeira, acabei por não gostar tanto deste livro como gostei do No País dos Outros. Fico à espera do terceiro para tirar as teimas.
Mas é sem dúvida uma saga a reter, não só porque Leila Slimani é uma excelente contadora de histórias, com uma escrita admirável, como porque aprendemos imenso sobre a história de Marrocos.
Podem ler a sinopse e até as primeiras páginas deste livro no site da Penguin Random House »» aqui,