Sinopse:
Passaram seis meses desde que Dona Carmen cortou os pulsos na banheira, e ainda ninguém percebeu porquê, pois tinha ao seu alcance comprimidos suficientes para acabar com a vida de outra maneira. Isto descobrem, intrigadas, as suas quatro netas - Lis, Erica, Olivia e Nora - quando se instalam na casa da aldeia onde a avó vivia e que lhes foi deixada em testamento.
Lis, que tem um filho pequeno, está ainda a recuperar de um trauma que sofreu ali dentro e só lhe interessa vender tudo e seguir em frente, enquanto a sua sonhadora irmã Erica planeia organizar no local retiros espirituais e passeios na natureza. Por sua vez, Olivia - a prima mais velha, que se formou em medicina por ter visto o pai morrer com um enfarte - não desiste de procurar em tudo o que é gaveta uma pista que explique o que realmente levou a avó a suicidar-se; e Nora, a sua desastrosa irmã, tem a ideia maluca de deixar o seu dealer usar o espaço como depósito de «mercadoria»; de resto, é ela quem a dada altura diz sem complacência: «Parece que um suicídio na família confirma a suspeita de sempre, de que a loucura corre nos genes, de que estamos biblicamente perdidas.»Aixa de la Cruz constrói neste romance intenso e dramático - considerado um dos melhores livros de 2022 pelo jornal El País - a ideia da família como lugar de dissensão e calamidade, explorando a ténue fronteira que existe entre loucura e sanidade.
Aixa de la Cruz (Bilbao, 1988) é licenciada em Filologia Inglesa, doutora em Teoria da Literatura e Literatura Comparada e escritora.
Publicou os romances Cuando fuimos los mejores (2007), De música ligera (2009), La línea del frente (2017) e ainda o livro Cambiar de idea (2019), a publicar em breve pela Dom Quixote, vencedor dos prémios Euskadi de Literatura 2020 e Librotea Tapado, finalista do XV Prémio Dulce Chacón e reconhecido pelo suplemento Babelia como um dos dez melhores livros de 2019. É também autora do livro de contos Modelos animales e do ensaio Diccionario en guerra (2018).
Colaborou com diversas publicações como Babelia, La Marea e Vogue e escreve uma crónica mensal no jornal Bilbao, além de dar aulas de escrita criativa. A sua obra foi já traduzida para vários países.